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02 novembro 2009

Obrigada crianças, obrigada pessoas queridas e obrigada vida!



Sábado passado fiz um longo passeio, não sem antes sair com a minha afilhada e sua mãe.

Antes de ciganar, precisava comprar alguns presentes e elas me acompanharam a um dos Shoppings de São Paulo.

Minha afilhada é linda e, ademais de seus sete anos, somos amigas antes até que ela nascesse. Há uma identificação muito bonita entre nós e tenho verdadeiro orgulho em tê-la recebido como sua segunda mãe.

Vou lhes contar...no dia das crianças ela ganhou cinqüenta reais de seu tio e padrinho, comprou um estojo e mais alguns objetos que desejava, sobrando-lhe um troco de dez reais. Não é fácil para ela ter dinheiro sobrando.

No entanto, em determinado momento, parou junto a um quiosque de sorvetes do Mac Donalds, daqueles de casquinha que eu adoro, e me disse: - Madrinha eu vou comprar um sorvete pra você e do seu dinheirinho pagou não só um sorvete para mim, como para sua mãe também. Ela, por estar resfriada, não comprou para si.

A alegria expressa no seu rosto foi tão real quanto a minha surpresa e felicidade, pois, confesso, apesar de receber sempre surpresas lindas de meus filhos e amigos, o ato em si, me emocionou muito, por ver a sua capacidade de desapego e delicadeza.

Aproveito, então, o blog, para abraçá-la, agradecendo, e dizendo... minha menininha, querida, eu a amo e me orgulho muito de você.

Após o sorvete eu as deixei no Shopping e segui rumo ao resto do dia feito de excelente e longo passeio.

Hoje, domingo e véspera de feriado, também aproveitei inteiramente o dia, ciganando, e lá pelas tantas entramos num dos Shoppings de São Paulo, para tomar um sorvete e assistir a um filme.

Por já estar absolutamente exausta não resisti a solicitar um triciclo motorizado, que o Shopping disponibiliza aos clientes, até porque jamais levo o meu para isso, em função do peso e espaço que ocupa.

No elevador bastante cheio, todos, gentilmente, se afastaram e criaram espaço para que eu pudesse entrar. Sorrindo agradeci e comentei, conversando, como é fácil e gostoso somar, ao que todos se mostraram receptivos de maneira muito simpática. Reparei, então, numa linda menina, por volta de seis a sete anos de idade, de olhar bastante expressivo, com uma bola de borracha pequena na cor verde, e olhando para ela disse: “Nooossa, que chic, a bola combinando com a estampa do vestido. Está muito bonito!” Imediatamente ela olhou sorrindo e me disse. Também gostei muito do seu vestido (eu estava com um vestido tipo bata sobre uma calça leg longa).

Acabou virando festa no elevador, pois todos também elogiaram, tanto à bola como aos vestidos e o clima foi realmente mágico até o último andar, a que, coincidentemente, todos iam por destino.

Quando saímos e, vocês não têm idéia de como sou ruim na marcha-ré de qualquer veículo, e com o triciclo não é diferente, porque gosto, mesmo, é de andar para frente.

Saí com bastante cuidado, e todos esperaram para ver como é que eu resolveria a saída, pois o espaço para manobra era limitado.

Quando saí, nos despedimos, e cada qual seguiu seu rumo. Repentinamente, a minha amiguinha do elevador voltou no contra fluxo e me disse, carinhosamente: “Olha, eu esqueci de dizer que gostei muito da sua pulseira e do seu anel, também”. Agradeci, sorrindo e abraçando-a mentalmente, com muito carinho, pois já ia ao longe com seus pais.

Realmente gosto muito de bijuterias diferentes e essa pulseira chama a atenção, pois se faz um bracelete largo em tons de dourado e vermelho rubi, com anel acompanhando, e todos os detalhes são de extrema delicadeza.

Muitas pessoas já me pararam, pela pulseira, mas nunca uma criança de forma, assim, tão carinhosa.

Não poderia deixar de falar sobre a leveza e a beleza da relação humana pura, simples, verdadeira, sem mascaramento e sem agressividade, sem estupidez ou individualismo crônicos, a compensar os dissabores que muitas vezes passamos frente a aqueles que vêm chegar antes da pessoa, a cadeira de rodas.

Assim, o domingo lindo em que o sol resolveu aparecer em traje a rigor, em companhia agradabilíssima, assistindo a um filme excelente, os transeuntes amigos, num grupo desconhecido e bem vindo, demonstrou que a pessoa realmente, neste caso eu, desta vez, lhes chegou antes da cadeira de rodas e, penso, que assim é que é, e assim é que deve ser.

Todos nós chegamos antes de nossos corpos à vida e me parece que na anterioridade da matéria está o verdadeiro e mais puro sentimento, traduzido, na mais das vezes, em amor.

Não faço parte da cadeira...ela apenas me serve para chegar até onde possa estar com cada um de vocês, que tanto amo.

Obrigada crianças, obrigada pessoas queridas e obrigada vida!

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Criado e postado por
Márcia Vilarinho

01/11/2009

2 comentários:

  1. Márcia... Imagino a loucura no elevador para sua manobra de marcha ré!!!discordo de você!!!! Você dirige cautelosa e calma. estou amando seus textos... beijinhos

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  2. Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Obrigada crianças, obrigada pessoas queridas e obr...":

    Márcia... Imagino a loucura no elevador para sua manobra de marcha ré!!!discordo de você!!!! Você dirige cautelosa e calma. estou amando seus textos... beijinhos

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