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29 abril 2010

AMOR



Tão cansada atiro os sapatos pra fora
Retiro os brincos e fico nua de mim
Nos atabaques do meu ritual feminino
De cada dia

Tão cansada mastigo lentamente a comida
Assim como meus olhos mitigam a luz
Que já não sei se natural ou da lua
De cada noite

Tão cansada me atiro e me estiro na larga cama
Olhos fechados, alma em doce vôo
Em pés descansados chego ao jardim em flor
E na relva etérea você me colhe, sempre

AMOR
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Postado e criado por Márcia Vilarinho

2 comentários:

  1. Despirmo-nos de nós mesmos não é tarefa fácil.
    Pudera fazê-lo com maestria.
    Assim dia após dia a dor que assola meu ser.
    Ficaria noutro lugar, a fim de não me fazer padecer.

    Lindo poema Márcia.
    Muito bom estar aqui!

    Beijos!

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  2. Que lindo poema!
    Perfeita construção,
    belas metáforas
    e mágica fantasia.
    Irretocável.
    Leva-nos ao paraíso da poesia!
    Beijo, querida!
    Vc é uma poeta excelente!

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