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19 agosto 2016

Rupturas


O velho lampião
Candeia difusa
Projetor mágico
De sonhos
Penumbras
Adormecidas
Restou
Apagado
Nos acordes
Dos dias
Passados
Em melodia
Magia
Infinita
Que ecoa
E soa
Nos atalhos
Em retalhos
Partituras
Rasgadas
Andaimes
Arrebentados
Arrebatados
Na construção
Perfeita
De mim
.
Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

08 agosto 2016

Insight

 Num insight iluminado
Como um clarão repentino
Feito de vários sóis
Contrapostos
Formando uma escada
Eu alcanço você
E num abraço intenso
Sinto em repouso
Os corações em uníssono
A bater
Perdurando o encantamento
Como se o tempo
Deixasse de ser
Para juntos
Eternamente
Abraçados
Nessa suavidade
Sermos um insight
Iluminado
A nascer...  e renascer...
.
Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

Insight

 Num insight iluminado
Como um clarão repentino
Feito de vários sóis
Contrapostos
Formando uma escada
Eu alcanço você
E num abraço intenso
Sinto em repouso
Os corações em uníssono
A bater
Perdurando o encantamento
Como se o tempo
Deixasse de ser
Para juntos
Eternamente
Abraçados
Nessa suavidade
Sermos um insight
Iluminado
A nascer...  e renascer...
.
Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
 
 
 
 
 

06 agosto 2016

Pedaços

 
Vento que flutua o ar
Que acaricia o mar
Que draga
Que destrói
E reconstrói
Não leve mais
Pedaços de mim
.
Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
Da série “Vendavais”

04 agosto 2016

Poema do adeus ao ontem

Já vivi um grande amor intenso
Imenso, insano, sano e sacrossanto
Quase trágico, mas verdadeiro
Tatuado n’alma por inteiro
.
Já erigi choupanas, castelos, casas em abrigo
Tijolo por tijolo seguro... com ou sem escada
Sem nunca lhes haver cruzado a entrada
Porque nada tinham a ver comigo
.
  Já perdi entes queridos como o próprio caminhar
Sem jamais me perder em qualquer estrada
E como centopeia a cada passo estagnado
Novos, fortes, bons e capazes sustentáculos
.
Já recebi o carinho imenso de amigos verdadeiros
Que me alcançaram d’alma o colorido
E das arraigadas rejeições bem disfarçadas
Disfarcei também todo o sentido
.
E hoje a minúscula caderneta de chamadas
É o tesouro que me acompanha como eterno bem
Na certeza que carrego tão somente o ouro d’alma
Dizendo adeus ao que do ontem hoje vivo tão além
.
Porque na verdade existe um plano detalhado
Traçado pelo centro do círculo vital original
Que fortalece o livre arbítrio praticado
Por quem sem medo sintoniza o natural
.
Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
Da série “Seguindo adiante”
 

02 agosto 2016

Simples assim.


Uma junção de células
Um corpo
Uma junção de corpos
Uma célula
.
Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
Da série “Simplicidade!

28 julho 2016

Insight


"Um insigth, repentino hoje me fez perceber que tenho a mais, pois além de haver vivido a 'normalidade física' em sua plenitude, tive a oportunidade de viver também a paraplegia, o que acrescentou em mim a possibilidade de criar, de expandir a minha sensibilidade e a minha percepção muito além..para lá do que o comum...e é isso o que me torna diferente. E mais uma vez eu concluo que a vida é soma". Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

27 julho 2016

"A partitura da vida"


                  Sou e, por momentos, acredito que seja, você, “Ego”, a minh’alma, ou boa parte dela, tão sincronizados convivemos em todas as situações do dia a dia...imaginando... que assim também tenhamos nos comportado nas situações de séculos a séculos.
                  Então, nesse tempo tão inteiro, “Ego”, você, consegue, num concerto a seis mãos, executar a uníssona melodia “Vida” em partitura de clave moral, dedilhando em conjunto, com plena complementariedade, em soma, as teclas em sustenidos da humildade, consciência, alegria, sabedoria e moral, sem dissintonias com quaisquer dos bemóis, que podem significar, e acho mesmo que significam todas as conotações melódicas da genética dominante, num mesmo corpo, diferente do anterior, que nos abriga, em cada encarnação, em escalas modificadas a qualquer tempo pelo evento vida ou morte.
                   Pois é, de repente, surgem maestros diferentes, que tendem a reger a partitura da “Vida”, sob várias batutas e, então, no sobe e desce dos sinais que oferecem, de acordo com o ritmo, já não sei mais se sou “eu” ou é “parte do você eu” quem desafina....se sou “eu” ou se é “parte de você eu” quem não combina.
                   E se maestro rima com maestria, temos todos os elementos de nossa família, desde lá de muito aquém, daqueles que já se foram e, dependendo de seus “ids”, “egos” e “superegos”, se transformaram em cometas, até os que diariamente repetindo e repetindo e repetindo nos ensinam a falar, pensar, viver e ser – e quem não diz que são eles os maestros - e, então, quantas vezes sou obrigada a falar por “você eu parte do meu ego”, que nasceu mudo, mas não deixa de se expressar, em diferentes partes do meu “eu em soma” e, no entanto, sem ser o que eu queria dizer, fico “o simplesmente eu” que sei falar, totalmente mudo, mutatis mutandi, e então a “partitura” da Vida se “parte” em duas, e ninguém mais sabe qual dos maestros rege o nosso simples “eu”.
                   Instalada assim a subtração da concordância, em regência una aceita, surge o samba pleno misturado com a mais melódica sinfonia, em diferentes claves desconhecidas pela aberração de parte do “eu enlevado pelo ego inteiro” ou apenas por “parte desse mesmo ego inteiro”, pois o ego não aceita ser apenas o “eu”.
                   Nesses momentos, portanto, ego querido, na associabilidade que nos compete, na vivência una, venho sugerir que seja eu, assim tão “simplesmente eu”, a sua maestra, porque somente dessa forma você aceitará ser eu, e se a partitura rota estiver composta por duas páginas rasgadas eu as colarei para que as leia...e então as claves serão as dominantes escritas pelas linguagens de valores do Universo e as notas musicais serão as etapas vencidas, juntas, a comporem, exatamente assim, a partitura “una” que afina a vida e não confina o eu.
                   E acho que isso somente acontece na velhice... cabendo a todos os maestros, que ainda surgem, apenas revisarem a partitura una da melodia “Vida” que flui pelas próprias mãos do afinador do teclado que, finalmente, é o “simplesmente eu”.
.
Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

Da Série “Ser”

26 julho 2016

Somos





Como no compasso
Deste descompasso
Somos nesta vida
Signos de orquestra
Juntos a dançar
.
Como folhas soltas
Na ventania envoltas
Em breve sinfonia
Somos maestria
Neste balouçar
.
Como asas delta
Em brincadeira celta
Que nos faz voar
Somos amplitude
A nos enlaçar
.
Como quietude
Som em plenitude
Coração ao centro
Neste abraço lento
Em olhos de olhar
.
Somos
Como cata-ventos
Enlaçando o ar
Nesse doce movimento
Que nos faz sonhar
.

Márcia Fernandes Vilarinho Lopes