Translate

07 abril 2010

Substantivo próprio que forma o coletivo também!




Meus queridos amigos podemos dizer amigos, todos, de norte a sul, globais e extra-globais, que existe abaixo do texto um conversor de idiomas e para aqueles a quem o conversor não alcançar, por certo a mente conseguirá falar muito além do que podem as palavras.

Venho ponderar, refletir, revelar e relatar que me foi dado, e a tantos outros, posso lhes dizer que um sem fim, o rótulo de deficientes, como se fôssemos, por exemplo, vidros de remédios, que precisam de bula, e têm rótulo, para alguns até eu assinalaria “tarja preta”, ou até mesmo potes de ingredientes, sei lá, que essa coisificação do ser me incomoda. E por que remédios? Porque, na verdade, para muitos essas deficiências que se vêm são remédios para os karmas adquiridos...Possa ser? Mas, só para nós???!!!

Metáforas à parte, e ironias também, tenho vindo refletir, sobre vários temas, livre no meu caminhar, poesias, crônicas, textos, que espero não sejam palavras ao léu, e se o foram até então, neste momento, por certo, não o serão.

Tenho visto muita gente me chamar, por exemplo, entre outros petulantes rótulos “cadeirante” e meu olho se estatela, pra rimar com a minha costela, que também veio da de Adão. Eu me recuso a aceitar semelhante título, até porque sou substantivo e não adjetivo.

Quem sou, vamos nos recordar? Às vésperas do meu aniversário uma “senhoura”, já beirando alguns anos de rota, trilhas, experiências, amores, vida, alegria, espetáculo de vivência, de fé, coragem, maternidade, maternalização, viuvez, sonhos, paixão, trabalho árduo, realizações, aprendizados, dores e carinho.Perfeita? Não. Plena. Então além de substantivo eu também aceito o advérbio de modo. Como estou? Plena.

Plena inclusive desses rótulos multifacetados e multiaplicados, que deixam desaparecer o nome, a forma, o ser, do verdadeiro cidadão, que deve chegar antes da cadeira, da muleta, do cão treinado, da bengala, branca ou marron, dos óculos de grossas lentes, do corpo disforme...até por excesso de comida...até por carência alimentar...e outros tantos aparatos de sustentação.

Plena ainda, de preconceitos velados, sob o manto detestável da suposta e irreal capacitação. Cercada de tantos estudos eu não vejo a solução. Tantas pessoas me tomam a vaga especial, de roldão. Outro tanto delas não consegue naturalmente dar a sua mão, para andarmos de mãos dadas, tão gostoso e tão bom. Não!! Repletos de dogmas imaginam que o pobre deficiente pode de repente se apaixonar e amar e sensorialmente sentir, olha que beleza de pleonasmo. E aí você tem a mão ajuda, a mão cuidado, a mão repulsa, a mão que empurra, que acomoda a direção, a mão que é um não....e todas sem nenhuma expressão.

Queridos elos, a vida é soma de qualidades, lembrem-se do uso do filtro solar, levando a resultados e crescimentos tanto úteis quanto inúteis...e também é feita da soma das dificuldades caracterizando tanto descobertas de soluções como de destruições.

E se nos pusermos a refletir vamos sentir e perceber que há dualidade em tudo desde o nascer. Para a noite há o dia. Para o corpo há a alma! Para o defeito a hipocrisia? Ou para o defeito a sustentação? E ainda para o defeito a aceitação! E mais, para o defeito a correção! E assim parece que vamos saindo do lado avesso da via.

Bom meus amigos, porque estou a falar tudo isso. Ah! Porque eu me lembrei que não deveria esquecer nunca de dizer, olhemos todos ao nosso redor e tentemos, mas tentemos mesmo, pra valer, pra arrancada final, da pacificação e soma social, ver no outro o substantivo próprio, masculino ou feminino, ou nem uma coisa nem outra, e vamos nos estendendo as mãos, em soma de realização, sem tanta preocupação com o rótulo de identificação, que é subjetivismo...autêntico...e...de carregação.

Senhores com nomes, somos seres humanos exercendo o humano de nossos seres, vamos então finalmente ser de verdade e se a alguém ouvirem dizer cadeirante expliquem que a cadeira não faz parte do ser, e não chamemos a ninguém de pisantes, enxergantes, eficientes, normóides e outros rótulos mais, próprios, isso sim, para coisas e não para pessoas.

Ah! A todos aqueles que como eu andam de mãos dadas...meu sorriso mais feliz…e vou parar por aqui...com apoio na minha cadeira...apenas pra ir e vir...tá... sem deixar de ser Márcia Fernandes Vilarinho Lopes, substantivo próprio que forma e conforma o coletivo também.

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

6 comentários:

  1. Belíssimo o seu texto, Márcia. Lindo mesmo!! É isso aí, o que importa é a essência, o substantivo do ser. Nada de "cadeirante", mas, sim de pessoa, de gente, de um ser maravilhoso que são assim como você, poeta, escritora e da vida aprendiz! Parabéns, minha querida amiga!! Beijos, :)

    ResponderExcluir
  2. Querida Márcia,
    Teu texto lembrou-me Francois de Malherbe que escreveu:
    "Et rose, elle a vécu ce que vivent les roses
    L'espace d'un matin".
    "E rosa ela viveu o que vivem as rosas
    O espaço de uma manhã".
    A rosa não é refém de um destino que a fez da forma que é. Embora sua vida seja o espaço de uma manhã, ela é capaz de, neste curto tempo, viver a plenitude da sua existência e ainda compartilhar o que tem de melhor: a sua beleza e o seu perfume, que inebriam qualquer ser humano.
    Deus nos fez limitados por natureza. Todos, sem distinção, o somos, mas não é por isto que vamos deixar de viver a vida na sua plenitude e de contribuir para que o mundo seja belo e perfumado.
    Somos, assim como a rosa, limitados pela nossa contingência e limitados quanto às coisas que almejamos, mas não somos capazes de alcançar ou de construir. Nem por isto nos abatemos, mas construimos a nossa felicidade e ajudamos na felicidade dos outros. Somos também solidários por natureza e é por isto que qualquer ser humano, apesar das suas limitações naturais, é capaz de viver, no curto espaço de tempo de que dispõe, a plenitude da sua existência.
    Márcia, querida amiga, sou feliz pela minha existência, mas, fundamentalmente sou feliz porque pessoas como tu me possibilitam viver na sua plenitude. Tal como a rosa, tens a beleza da pessoa maravilhosa que és e compartilhas, além desta beleza, o perfume de tudo aquilo que escreves com o mesmo carinho de sempre, fazendo com que a nossa existência seja melhor.
    Como seres contingentes, somos limitados, mas isto não impede que sejamos plenos. Não podemos ser reféns da fortuna, pelo contrário, temos de fazer o destino nosso refém e superá-lo.
    Parodiando Vinícius, que quis que o "amor seja eterno enquanto dure", posso dizer que que "a vida é plena enquanto dura"...
    Meu abraço e meu carinho de sempre, querida amiga, beijo-te humildemente e a tuas mãos que escrevem... eu me torno sempre e cada vez mais pleno cada vez que te leio...

    ResponderExcluir
  3. Márcia, minha querida amiga. Li e reli, algumas vezes, seu texto, sempre inteligente. E por que o fiz? Porque nem sempre a gente consegue definir, na primeira vez, tudo aquilo a que a que a leitura nos conduz. Defeito meu,é claro.
    Mas, o que importa, é que o grande mal do mundo, na minha modesta opinião, é que muitas pessoas se apegam ao que vêem e procuram definir o que vêm de uma forma simples e sem pensar no que
    pode resultar do seu pensamento.
    Certa feita passeava com uma amiga em Petrópolis e nos deparamos com umas rosas rubras lindas plantadas no meio de uma penca de hortências. Falei sobre a beleza das rosas e a
    surpreza do achado e ela me disse, "ora são rosas iguais a tantas outras!" Definiu seu pensamento matando tudo o que uma rosa tem para oferecer a quem as ama.
    Quem sabe algum dia as pessoas vão perceber que
    definir não é entender ?
    Seu texto, como sempre, me encantou. Sua sabedoria de vida merece toda a admiração e todo
    o respeito.
    Abraços do
    Théo Drummond

    ResponderExcluir
  4. OLÁ!
    É COM MUITO CARINHO QUE PASSO POR AQUI E LHE FAÇO UM CONVITE.
    VENHA CONHECER ESTE LINDO CANTINHO E VER QUEM ESTÁ LÁ COMIGO HOJE.
    http://sandraandradeendy.blogspot.com/
    SENTIREI O MAIOR PRAZER EM TE RECEBER POR LÁ.
    AINDA MAIS SE GOSTAR E TORNAR-SE MAIS UM SEGUIDOR DESSE LINDO ESPAÇO..
    GOSTEI DO SEU BLOG.
    CARINHOSAMENTE,
    SANDRA

    ResponderExcluir
  5. Márcia...amiga querida!
    Teu texto tem o necessário toque da profundidade!
    Daquilo que faz diferença e realmente fica em nossas vidas como fundamental!!
    Que todos possamos ter olhos de ver.....e principalente coração de sentir!!
    MARAVILHOSO
    Beijo com muito carinho
    Bea

    ResponderExcluir
  6. MÁRCIA,
    AMIGA QUERIDA, AMEI SEU E-BOOK, FICOU LINDÍSSIMO... PARABÉNS POR TÃO BELOS POEMINIS! E QUE SUA CRIAÇÃO SEJA ETERNA E QUE VENHA MAIS...
    PAZ E LUZ EM CORAÇÃO
    BJCAS
    GRAÇA

    ResponderExcluir

Deixe seu comentario. Ele é muito importante para este blog poder crescer.