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26 abril 2010

ABRAÇO ETÉREO


É tão tarde. Ouço as sombras do meu eu. Navego em mares que não são meus. Indistintos vãos numa trilha perfumada. Vagarosamente na neblina de cor rosa, você vem, você reflui. Meus olhos como de gatos transpassam seu corpo etéreo e, no entanto, sinto o seu abraço.

É tão tarde. Ouço sombras de você. Navego, então, no teu leito, no teu corpo que não é mais meu.. Há calmaria. Não sei bem se é noite ou se é dia, haja que essa luz que me norteia é diferente de tudo que já vi. Teus olhos me perpassam e sei que também sentes o meu abraço.

É tão tarde. Navego, agora, pelo mar da tua ausência, como gaivota órfã singrando todo um espaço vazio pois a névoa, de cor rosa, veio novamente, de mansinho e já te recobre, como se desvelada mãe cuidando de seu filho. E com a névoa você vai embora e no retorno do perfume no caminho, adormecida, no meu sonho acordo.

E sei, como sei, que mesmo longe no etéreo, de mim ficou a gaivota em asas e, de você, trouxe assim o refrigério de um encontro fugaz e verdadeiro.
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Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

2 comentários:

  1. Como é bom lê-la Márcia. Um bom dia para você. Boa semana, beijos, ;)

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  2. Num "ABRAÇO ETÉREO",sublime sentimento.
    Inspiração à flor da pele...
    Beijos e meu carinho.
    Marilândia

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