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09 março 2010

CARTA AO MEU PETER PAN SEM CELULAR


Estava outro dia a navegar pela internete da alma, quando me deparei com uma mensagem da Fada Sininho....a tilintar.

Voltei-me criança e respondi-lhe imediatamente... afinal ela sempre foi parte importante de mim... e como fada ela me disse que estava ansiosa pra trabalhar com a magia dos sonhos, queixando-se que as crianças crescem rápido demais e somente para a televisão e o computador querem olhar.

Contei-lhe sobre meus planos de minha oficina de poesias reformar.

Ela me disse, então, que com a sua ajuda eu poderia contar.

Pedi-lhe então que me trouxesse um lindo cesto de cores pra oficina decorar.

Ela o trouxe e o veio entregar.

As cores eram tão lindas que vocês, como adultos, nem podem imaginar.

Havia cor de raízes profundas de árvores eternas...de musgos relíquias e líquens das florestas lendárias entre o espaço do céu e da terra... cores de bromélias...Meu Deus!... da rosa do pequeno Príncipe... das tintas usadas por Gepeto... da bota do Gato de Botas... da cor do cabelo da Rapunzel... e da transparência do castelo de cristal... de orquídeas um tantão... do fundo do mar...e aí ela me disse que ficou assustada pois escutou o despertador do Capitão Gancho...cores do céu...do sol...das estrelas e do luar.

Juntas então, após pintarmos a oficina, com todas essas cores especiais, decidimos procurar a Wendy, para saber de você Peter Pan, e ela já tão velhinha, pobrezinha, não se lembrava do seu endereço e numa confusão brutal entre o ser e a fantasia, me respondeu que você não tinha telefone celular.

Fomos então atrás dos meninos perdidos e soubemos quanto cresceram...mas não o pudemos ver ...pois se encontram, todos, em postos executivos... e por isso haviam se mudado para a Terra do Sempre... sem nenhuma notícia a mandar.

O Capitão Gancho, esse sim prosperou e anda pelo mundo inteiro, a cata de você, sôfrego para roubar o seu principal segredo de força, coragem e galhardia, que na verdade é a sua alegria, a todos e a tudo a contagiar.

E aí meu querido Peter Pan, estamos apenas eu e a Sininho, ainda em seu belo tilintar, na tão linda oficina de poesias...repleta de cores, sonhos, poemas e amores...escrevendo todo dia...juntas a lhe esperar...

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Nota: Baseado na belíssima coletânea de histórias infantis, do autor J. M. Barrie, sobre os personagens Peter Pan, Wendy, os meninos perdidos, Sininho, o Capitão Gancho e a Terra do Nunca.
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Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
09/03/2010

6 comentários:

  1. O interessante texto nos remete a doces recordações, evocando personagens afloradas nas nossas mentes, ao mesmo tempo que se entrelaçam com exuberantes métaforas"...navegar pela internete da alma...".
    Amei!!! Imaginação fértil e convidativa.
    Beijos com carinho especial.
    Marilândia

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  2. Realmente querida, é lindo de ler e relembrar o recanto que a lembrança mostrou.
    Hoje mudou um pouco a relação das histórinhas antes de dormir. Mas eu as mantenho, agora com minha netinha Brida.
    A terra do nunca sempre fará parte de um pouco de nós, nos sonhos,nas lembranças e no passar á frente com nossos filhos, depois netos.
    Costumo dizer a meus filhos, "tudo cresce conforme nossa vontade ou sentiemnto". Acho que é por aí.
    Amei vir e te ler, você tem um jeintinho de vestir as palavras de poesia.
    E eu acho lindo!
    Bjinho Márcia querida.

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  3. Oi Márcia...

    Uma beleza o seu escrito...vc manda bem em qualquer tipo de texto, né?...Imaginação e uma forma interessante de prender a atenção do leitor.
    Você usa figuras de linguagem de um jeito perfeito e nos mostra um pouco do que vivemos um dia... as coisas mudam...os tempos mudam, mas dentro de cada um de nós sempre existirá os Peter Pans da vida.....

    Um beijo* amigo e esteja com Deus sempre.

    Renato Baptista

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  4. Que belo texto, palavras encantadoras. Texto que nos remete as doces lembranças de nossa infância colorida!! Parabéns querida Márcia!!
    Beijos no seu coração, :)
    Suziley.

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  5. Bom dia Márcia!

    Estes dias estive no blog de uma amiga e, ela fez um post comparando suas atitudes de quando criança com as de hoje (fase adulta). Antes ela pensava nas crianças de rua (“Papai do céu, onde elas dormem?”). Hoje, mal agradece o dia que teve (o cansaço de fato impede uma prece?).

    Se eu disser a uma criança de 10 anos que na idade dela eu não tinha computador, celular e que brincava de bola na rua... Bom, provavelmente ela pode até rir disso. Enfim, a cada ano que passa ganhamos e perdemos muito. Atitudes, hábitos, costumes, comportamentos, culturas mudam gradativamente. Metamorfose! Se fica algum indício de folclore é devido a herança cultural (como a que você está registrando aqui).

    Espero-te no Braille da alma. Ficarei feliz com sua visita.

    Bjuxxx e xerooo

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  6. Márcia querida.....

    Voltei e permaneci lá atrás....naqueles momentos de uma fase linda da minha vida!!
    Onde os sonhos e histórias eram nada mais do que verdades absolutas na minha alma!
    Teu texto tem riqueza, tem todos os bordados sonhados!!
    Maravilhosamente escrito......docemente sentido.
    Beijo com carinho amiga querida, que aplaudo sempre!

    Beijo com muito carinho
    Bea

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