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25 agosto 2010

II - O braço sai


Não foram poucas as dificuldades para ser compreendida, nesses anos em que meus pés estão, em absoluta greve, reivindicando melhores condições medulares.

E...enquanto isso...há os que superprotegem, os que ajudam, os que se condoem, os que jamais deixaram que a cadeira sobrepujasse ao quem sou, em plano primeiro.

De tudo um pouco, e de pouco em pouco grandes e queridos amigos, cada qual com sua visão.

Da memória, no entanto, já que agora o armário continua ocupado pela meiguice, surgem tais lembranças, que resolvi postar em crônicas.

Um dia, algum tempo após a véspera, fui obrigada a comparecer a um determinado ponto em São Paulo.

Obrigatório que eu lá estivesse. O local possuía uma imensa escada. Verdadeira parede de degraus.

Em nossa inexperiência, meu marido e eu, resolvemos que eu iria no seu colo e um senhor, amável colaborador, subiu primeiramente com a cadeira de rodas, meu então atual sapato especial.

Conseguimos assim vencer a barreira, que não existia, ainda, a tal lei “legal” para adaptação dos prédios públicos.

Cumprida a tarefa, restava-nos o caminho da volta. Descer nem sempre é mais fácil que subir e a história de que pra baixo “todo santo ajuda” pode provocar uma verdadeira hecatombe.

No entanto, ao olhar ao redor, vi um contigente de pessoas ali a trabalho e resolvi pedir ajuda, diante do olhar estupefato de meu marido que, muitas vezes, olhou o que eu fazia, assim.

Todos, sem exceção, se prontificaram a ajudar, em conjunto.

Eu usava uma cadeira alugada, até então, pois ainda precisava conhecer como é que esse novo mercado funcionava e o que oferecia para pés em greve.

De repente me lembrei de algo importante e disse... “Moço, cuidado, que o braço sai”.

Em menos de segundos, não tínhamos ninguém ao nosso lado...sumiram todos.

Olhamos um para o outro, meu marido e eu, e o riso foi tão simultâneo quanto à conclusão a que chegamos de imediato.

Eles imaginaram que era o meu braço..., e não o da cadeira, que saíria.

A vida nos oferece momentos que podemos ter como dolorosos ou coloridos e...esse ficou como um momento colorido, sim, pela cor do desconhecimento e da pane que causou...de forma, até então, bem engraçada.

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

Crônicas de Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
II – O braço sai...


6 comentários:

  1. Pois assim é minha amiga.

    Tudo depende da forma que decidimos encarar a vida e seus acontecimentos.
    Uma lição a sua crônica!

    Beijos e carinho
    Mari

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  2. Dileta Márcia:
    Vários fatores me induziram a sorrir muito após a leitura desta maravilhosa crônica. Confesso que não ri, mas sorri. Sorri imaginando as risadas tua e do teu marido. Sorri por descobrir uma cronista com estilo similar ao meu. Prefiro as crônicas onde o dramático faz medrar sorrisos e se dissolve em risos. Sempre utilizo o contexto genérico onde procuro na construção deixar janelas para mensagens diversas, subliminares, tornando o texto, muitas vezes fraco literalmente, mas consistente e degustável por induzir à reflexão. E Você, dileta amiga, faz isso com maestria, principalmente nesse e noutro texto que li. Não tive tempo ainda para ler todo blog, mas não deixarei tardar muito. Adorei. Li e reli esta crônica. Na terceira leitura descobri mais que das anteriorers. E como é satisfatório um texto que induz reflexões díspares, cada qual com graus de complexidade emocionates.
    "Valeu", como diz minha neta. Agora Você encontrou um seguidor de carteirinha.

    Abraços e:

    "ESTEJA E SEJA E FIQUE FELIZ!"

    Luiz de Almeida & Blog Retalhos do Modernismo

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  3. Você é realmente uma guerreira e lendo suas cronicas me emociono e te adimiro um pouquinho mais.

    Bjs

    Cris

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  4. Márcia, minha querida amiga: sempre digo que tudo o que você escreve é cheio de sabedoria.
    Como arguta observadora da vida, sua história,
    lida com tanto prazer pelos ensinamentos que contém, é muito linda.
    Um grande abraço do sempre amigo e admirador,
    Théo Drummond

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  5. Muito boa sua crônica, uma lição de vida, admiro sua fé na vida e sua força.Parabéns.Já sou seguidor, se puder visite meu blog, será uma honra tê-la como seguidora.
    ventosnaprimavera.blogspot.com

    Conheça também o blog
    umcoracaoqueama.blogspot.com

    Tudo de bom e que Deus a ilumine.

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  6. Márcia,minha amiga. Já tive o prazer de ler sua crônica e postar um comentário. Agora me lembrei de vir aqui, novamente, mas para convidá-la a visitar um blog recente:
    http://theodrummondemprosa.blogspot.com/
    Abraço doamigo
    Théo Drummond

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