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18 agosto 2010

Adeus meiguice

Um dia briguei com a meiguice
Porque o meu pranto era latente
A minha dor era doente
A minha realidade era dura
A doença competia com a vida
E a vida competiu com a morte
E  levou o tesouro do meu amor e norte
E sofri tanto, mas tanto, e tão sentidamente
Que coloquei a meiguice de castigo
Dentro do guarda roupa do meu quarto
Esquecida indefinidamente
E só assim o meu pranto acabou
A minha dor amainou
A realidade passou a ser o que eu queria
Meu nome era Força, era Trabalho
União, Nostalgia, Amizade, Lealdade
Fúria, Rebeldia, Destemor, Temor, Braveza
Realeza, Aspereza, Soberba, Amor, Arrogância
Riso, Alegria
Um pouco de cada, em cada canto
Em cada gesto
Em cada dia
E a vida nunca mais competiu com a morte
E ninguém se atreveu ao mote
De repente eis que por um descuido
Um desses sentimentos puros
Que você imagina não acabará jamais
Fui convocada pelas sensações
Que me aliciaram e arrebataram
Docemente em palavras tão sonoras
Em gestos tão sinceros
Em tão bonitos modos
Tão falsa assim seria a minha leitura?
Preponderou a beleza da amizade
A certeza da sinceridade
De ser querida e estimada
E mais ainda eu queria e estimava
Além do mais agradecia
E mais que tudo
Eu confiava
Provas não faltaram
Eu as tive
Valorizei todas
Diamantes raros
Feitos vidros de substâncias mágicas
Estáticas
Poções, Goles
No cofre do coração
Esse perfume inebriante
Ainda que falho
Carregarei comigo vida afora
Mas você meiguice
Diga adeus
Porque estou fora.

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

10 comentários:

  1. Bom dia!!
    Começando o dia absorvendo muita poesia por aqui.
    Como é bom!!!


    Beijo ternurento
    Clau Assi

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  2. Um lindo dia para você Márcia. Beijos no seu coração ;)

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  3. Minha querida Márcia
    Lindo poema, muito terno.

    Deixo um beijinho
    Sonhadora

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  4. Márcia,



    Muito lindo!!!!

    Parabéns

    Beijos



    Ana Lúcia

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  5. Lindo o poema "Meiguice". Mas triste......
    Queria que continuasse diferente! rsrsrsrs...

    Beijos
    Mauro

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  6. Com convicção direi que foi o mais belo poema que li até agora no ano 2010.
    Leio muito diariamente para assistir aos meus Blogs e aprender mais!
    Saio da sua página feliz por isso e por si Márcia!

    Beijo do ZÉ

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  7. Meiguice triste, sombria e rejeitada.
    Não dá prá perdoá-la e abraçá-la novamente?
    Bem, fica a seu critério e seja feliz!
    Um grande abraço.
    Tânia

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  8. Triste, amiga Márcia, muito trista - mas cheio da beleza que você consegue transmitir em tudoo que escreve.
    Abraço amigo do
    Théo Drummond

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  9. Nas horas tardias que a noite desmaia
    Que rolam na praia mil vagas azuis,
    E a lua cercada de pálida chama
    Nos mares derrama seu pranto de luz

    Fagundes Varela

    BOM FDS.....Beijos no coração!!M@ria

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  10. ADOREI amiga....nunca ví tanta "desmeiguice" falada com tanta meiguice. Algumas situações criam certa aspereza mas não omitem quem de fato somos. Me identifico muitíssimo com suas linhas poetadas. E o final ficou perfeito.

    Sandra Freitas

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