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21 fevereiro 2010

Boneca de pano

Sentada num canto, tal qual boneca de pano, vislumbrei o céu, plenamente azul, acomodada num tapete voador escondido em minha mala.

Na estação das águas claras, as pessoas circulavam em uníssonas gargalhadas de alegria, algumas dentro da água, outras ao sol.

Em poucas pessoas, meus olhos acostumados ao brilho do nascer de cada dia, conseguiram perceber algumas gotas de amor.

E o sol, causticante, aquecendo intensamente o meu corpo se fez também clamor de alma que num pequeno e desvalido brado disse adeus.

No trem da vida, vários passageiros sobem e descem, alguns permanecem, outros se vão...não apenas durante a viagem...mas, sobretudo, do nosso coração.

E a boneca de pano em seu vestido de chita esquecida ali num canto ainda faz da vida um mágico eterno encanto.

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Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
21/02/2010

2 comentários:

  1. Querida amiga Márcia Vilarinho: vim visitar este
    seu blog sabendo que iria encontrar sua sabedoria
    e sensibilidade espalhadas nele.
    Gostei muito. Seu texto "Boneca de Pano" é lírico
    e verdadeiro. Você, Márcia, é uma Observante, e
    fico muito feliz com isso.
    Abraço do
    Théo Drummond

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  2. Belíssimo texto!!!

    É um DOM maravilhoso de fato!!

    Abraço,

    Júlio

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