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03 dezembro 2014

Egos em andaimes

Desperto...
O sol da meia noite
Brilha ao redor da lua
E a rua é espelho
A refletir a alma nua
Do homem bêbado
Que cambaleia
E no seu bambolear
Tudo muda de lugar
E a lua volta
Pra brincar com o dia
E o sol transpira
Raios de luar
E o homem
Bêbado
Cai
Em sono
Fumaça
Sem hoje
Sem amanhã
E o seu respirar
É o silvo dos lobos
E no entanto
Há apenas um cão sóbrio
A lhe guardar
No topo do andaime
Cadafalso
Do eu
Ego?
,
Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
Da Série "Ego?"

2 comentários:

  1. Nossa! Meus sentimentos lavam-me as faces. Minha realidade, meu passado, são os seus. Vejo isso em cada verso, em cada palavra. E, ainda, a finitude que nos aproxima do etéreo.
    É. Vida, coisa efêmera como a chama de uma vela!
    Aqui estou, para reabastecer-me com tantas verdades, tanto acalanto que vc esparge ao longo desta página.
    Agora voltarei sempre.
    Beijos amiga/irmã dessa caminhada.

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  2. Que visão real! Solidão! Um ébrio sem ego, sem compaixão. E nessa visão, apenas um amigo na lida, a cuidar ou esperar. O luar, espreita o espetáculo de uma vida sem amanhã. É isso! Muito a refletir, a aprender! Um mergulho em nós mesmos. Beijos. (Não consegui abrir nenhum dos ebooks).

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