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26 maio 2012

Quando um homem chora


Quando um homem chora
Rompe-se o dique da contenção
Massificante e mascarada
Na quebra da violação ao sentimento
Que se faz de forma contumaz
Desde que nasceu
Para ser assim macho capaz
Quando um homem chora
A dor da perda mais doída
No abraço solidário da mulher amiga
Na soma da ferida repartida
Ao ver o fim da vida
De um filho amado
Quando um homem chora
Não há soluço
Apenas um pranto continuado
Que jamais se permitiu nascer
E nesse momento chora ele
E choro eu.....
Que chore o mundo
Por que a raiz partiu
E a árvore ao ver o fruto despencado
Não suportou
Ruíu....
Somente em novas sementes
Lentamente a germinar
Poderá quem sabe um dia
Novamente suplantar
Deixem chorar portanto
Todos os meninos
Que a lágrima
É sinal de igual
Na equação da dor
.
Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
(em lágrimas)

3 comentários:

  1. Que maravilha de poema! Filosófico e reflexivo, além de escrito com o coração e a alma de uma grande poeta, um espírito evoluído e muito iluminado. Amei!
    Beijos da Genaura Tormin

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  2. Lindos e doloridos versos!
    Quem não chora, vendo aquele que se diz forte, chorar?
    Sabe, nunca vi meu companheiro chorar!
    Beijos, sua fã:
    Tânia SUZART

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  3. Verdade, Márcia, não há nada como ver seu fruto despencado para fazer um homem ruir, chorar, sofrer. Você, como sempre, mais do que ninguém, sabe sentir o sentimento do próximo.
    Sua poesia continua forte, muito forte.
    Abraço do Amorim

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