Translate

24 maio 2012

Volta...


A noite chegou tépida
Pela coberta de lã
A luz modular acomodou o breu
À meia luz
Com os olhos semi abertos
Em sensação de abandonar
Todos os limites
E de repente se fez dia
Claro em céu
Maravilhosamente azul
Flores
Em perfume inebriante
Da alfazema
Campos naturais
Pássaros a chilrearem
Sem qualquer partitura
Verdadeira orquestra
Em claves de sol e bemóis
E de repente um vulto
Conhecido e reconhecido
Você
Vindo em minha direção
Seu rosto resplandecente
Em cores de saúde
Sua roupa branca habitual
Seu sorriso inteiro sempre
Fosse qual fosse o devaneio
Ou a agrura que a vida trouxesse
Sim o seu sorriso inteiro
Abraçou o meu olhar
Orvalhado pela emoção
Desse encontro tão sentido
Verdadeiro
E no abraço intenso e sorrateiro
Uma eternidade viva
Fazendo vibrar nossos corações
Teu corpo intacto abarcando o meu
Tuas mãos silenciosamente em meus cabelos
E o dourado invadindo tudo em tom tão derradeiro
E novamente voltando à tepidez do cobertor de 
Os olhos semi cerrados se abriram inteiros
Como se fossem janelas d’alma
Fotografando a vida
E a saudade que eu sentia
Se tornou presente eternamente
Um sonho
Foi apenas mais um sonho
Amanhece
Novamente amanhece
Você de novo tão longe
Levado assim de mim
E tão presente
Num momento
Apenas um momento
Eu não queria ver você partir
De novo
Volta, ainda que em sonho
Volta....
.
Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

2 comentários:

  1. Como sempre, lindos versos cheios de uma saudade eterna, que nem o despertar liberta.
    Beijos, grande amiga!

    ResponderExcluir
  2. Marcia , minha querida quanta saudades.
    Ler teu poema é um sonho.Tão intenso, belo e pleno.

    Bom passar aqui.
    Beijão

    ResponderExcluir

Deixe seu comentario. Ele é muito importante para este blog poder crescer.