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06 julho 2011

Cotidiano


Desperta despertador
Desperta
E a camisola diáfana
Tanto quanto a cortina
Da janela
Escorrega
E anuncia
É dia
Abre-te chuveiro
Fecha-te porta
Encerra a comporta
Do meu eu
Veste a roupa
Apressada
Amassada
De tanto ficar guardada
Presa na estação passada
Que de cansada
Foi embora
Degola o calor do café
Que na garganta escorrega
E cai
No estomago adormecido
Desce pela ante-sala móvel
Chamada elevador
Alcança o carro
Gira a chave
Desperta
Desperta
Motor
Que esvaído
Inverte as letras
E fingindo-se de morto
Resolve modificar
Já de início
O meu cotidiano
Que então....acorda
O meu pensar
Ir...ou ficar?
Realidade...ou sonhar?

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
Inspirada num momento em que a bateria do carro arriou

Um comentário:

  1. E você com seu talento transformou um simples cotidiano (com direito à um aborrecido imprevisto,rs) num belo poema.Adorei Márcia. Bjs

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