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23 julho 2011

Olá vasto mundo dos normais!

Olá soberana face!
Desse homem tão bonito
Que não sabe que a juventude passa
Que tem duas pernas esculturais e sãs
E tanto se lhe dá se aquele que ultrapassa
Usa um par de muletas e tanto se cansa
Abre a porta do carro e se acomoda
No convencimento pleno de sua superioridade
Incapaz de oferecer carona na solidariedade
.
Olá lindos olhos da cor do céu!
Dessa mulher tão linda
Que se esquece que o céu se embaça
Que não sabe que com os anos a catarata grassa
E não consegue ver a mulher cega que passa
E que por pouco escapou de ser atropelada
Tão segura do caminho andava
Nos minutos do semáforo contados
Sem saber que o aparelho desgovernado estava
.
Olá transeuntes robotizados em moto contínuo!
Em vertiginosa correria sem sentir o coração que bate
Sem considerar a vida que pulsa pelos raios de sol que vêm
Coroando tanto assim tantas cabeças
E suprindo de energia o asfalto ácido das calçadas
Sem conseguir beijar a terra
Nem uma criança adormecida no meio fio da rua
Ou sequer tantos diferenciados que olham extasiados
A plenitude de serem assim brilhantes e tão bem arrumados
.
Olá jovens que carregam tão cansados seus umbigos!
Transformados em razão de serem o ter
E imaginam no meio de seus brinquedos especiais
Guardados no baú da infância tão presente
O pai e a mãe objetos do seu crescer
Assim tão vitaminados
E postos pra dormir no ostracismo destinado
Pelos seus ideais egoístas de crescer sem acrescer
Sem ver, sem se doar, sem se incomodar, sem nada mudar
Olho pra todos os que passam e digo girem a cabeça
.
Olá criança que acaba de nascer!
Numa cesárea marcada depois de um ultrassom xereta
Que vislumbrou seu sexo invadindo sua intimidade
No berço diferente do que soube fazer José
E que no seu caso é cama acrílica inundada de luz fria
Sem que em qualquer momento lhe banhe o sol
Junto com outros, assim tão iguaizinhos
Sem que as divisórias lhe permitam desde esse momento
Oferecer ao igualzinho diferente o seu alento
.
Por você eu oro e lhe rebatizo... Esperança
.
Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

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