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30 junho 2011

Poeira dos aviões

Em meio à trilha de asfalto
Repleta de somas
Em atrasos
No caminho
Do ser humano aniquilado
Pelo nada que o tudo traz
Olho entre nuvens e vejo
A ponta do metal brilhante
Do pássaro que voa
Banhado por raios de sol
Que não me alcançam
Mas sobre ele lançam
Um espetáculo especial
Subo aos céus em devaneio
E na rota livre do vôo
Mecânico em ferro
Aço espacial
Em livres trilhas
Sem atrasos
Marcadas pela poeira
Sublime
E singular
Dos aviões
Em versos
Que me fazem assim
Poeta
Segue o trânsito
E
Entumescida
Como raiz fincada
No mágico universo
Que também sou
Vou
Na fila contumaz
Da manhã tão arredia
E fria
Em que ninguém
Diz um bom dia
Nem sequer
Toma café

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

2 comentários:

  1. O que mais admiro em suas poesias são as mesclas infinitas de espaço, tempo e vezes o próprio universo. Um conjunto de realidades perfeitamente harmonizadas em suas poesias.
    Márcia Fernandes Vilarinho Lopes, admiro imensamente este seu dom divino de se expressar!

    Beijos

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  2. Belo e surreal!
    Parabéns amiga!
    Abraços
    Tânia

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