Fecho bem apertados//Com medo de não te encontrar
Meus olhos vermelhos e molhados//Embaçando a visão do caminho
Meus olhos vermelhos e molhados//Embaçando a visão do caminho
Lacrimejados e perdidos//Sem vislumbrar direção
E vejo a tua face distante//Quando a queria junto à minha face tão próxima
Quase errante//Orvalhada por lágrimas quentes
Declino chamados gemidos//Pungentes
Mais do que sofridos//Dolorosamente doídos
Tentando num último golpe//Buscando um anestésico dolente
Acertar teu destino//Querendo você junto a mim
Ao lado da tua face//Todo o meu eu
O meu rosto//Feito sorriso já seco
Com o semblante cansado//Como areia do deserto
De tanto voar//Sem encontrar o oásis
Por dentro das nuvens//Sem encontrar as moradas
Carregadas de espera//Onde possamos estar
Essa constante exemplar//Na ânsia de perpassar o tempo e voar
Que não me larga//Porque jamais larguei você
E sonho enquanto isso//Que o etéro me abrace leve
Com o dia em que abrirei//Sendo chave que liberta
Meus olhos adormecidos//Enxergando pelo avesso
E te verei chegando//Mais que isso estarei
Caminhando em minha direção//E permanecerei no abraço
Com teu sorriso encantador//Me farei iluminada
Teu jeito suspeito//Me fará reanimada
De me dizer que me ama//E eu sentir esse amor
E com tua sede de saciar//E em cada célula brotar
A minha fome de te amar//Carente infinitamente
E o meu vôo termina//Sou agora uma asa só
Minhas lágrimas secam//Engolidas pelos poros
E minha face se ilumina//Na esperança de você
Com a tua simples presença//Na lembrança do meu ser
Que me alucina//E me toma
Venha, sente-se aqui ao meu lado//Ou melhor deixe me acolhida em teu colo
E conte-me tuas histórias//Aquelas que só você sabe contar
Teus contos de fadas//Tuas aventuras infantis
Dê-me teu beijo mágico//Que me impregnou para sempre
E misture teu suor ao meu//Sempre e sempre
Até cairmos exaustos//Ligados por sensações
Com os olhos fechados//Em plena visão um do outro
E o coração palpitante//Batendo a esperança da vida
E sorrindo//Nessa antecipação do viver...juntos num mesmo plano...outra vez
Renato Baptista // Márcia Vilarinho
Quando a saudade brota, das perdas que se perdeu, dos amores separados, pelos planetas além, a alma fala em dueto muito bem sintonizado, por poetas que essa mesma dor vivenciaram e transformaram no encontro do encanto, a cada momento, como se a distância do etéreo não existisse jamais.
Agradeço, assim, ao meu amigo Renato Baptista essa especial partilha, em dueto.
Testando
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