Na varanda frente a imenso jardim, em que as madressilvas predominavam, um pássaro chorava o finalizar do dia em triste melodia.
As luzes das casas se acendiam e as das ruas, ao longe, lembravam faróis, daqueles que sinalizam os navegantes.
Um forte estalar de chinelas se fazia ouvir de aqui para lá, anunciando o peso de quem delas se servia.
Ao seu lado uma criança, em correria junto a um cãozinho malhado, como se figuras de revista, tão lindos formados em par...de cores e alegria.
Ao longe, bem ao longe, um vulto se distinguindo das demais pessoas toma a direção da casa, abrindo delicadamente o portão, vestida em tom de madressilvas, um belo rosto de mulher jovem, de aparência amorosa, determinada e meiga.
Correm a criança e o cão e nos seus braços, recurvada, encontram guarida.
As chinelas sossegam e se fazem imperceptíveis sinalizando paz e calmaria a um coração até então aflito.
Da cozinha um delicioso aroma se esparrama pela vizinhança...e a fome se faz presente e cria água na boca...por algo que só faz presumir delícias...
Normal a vida, normal o dia, normal o amor, paz, tranqüilidade e o alimento a ser servido.
Lembranças de minha mãe e de minha avó...em palácio quimera que nunca mais encontrarei eu....senão no retroagir da ampulheta do tempo...a marcar e remarcar boas lembranças.
Saudade....
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Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
02/03/2010
Que lembrança delicada e linda màrcia.
ResponderExcluirAté me senti presente nas tuas lembranças belas...
Você é linda também na essência...
Bjinho.
Isis