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24 setembro 2013

Pés descalços e alma nua


O negrume do céu
Em convulsivo pranto
Chora nas lágrimas da chuva
O açoite do vento
E da minha janela de vidro
Vejo esparsas luzes
Que avançam
Na prorrogação dos dias
Madrugada adentro
E no silêncio intenso
Uma oração
Em que somente peço
Que nunca se afastem
Os virtuais amigos
Que me conhecendo a alma
Abraçam-me e enlaçam-me
Em estrofes e em versos
Na força etérea da poesia
Que aquece a vida
E ilumina a sorte
Já que muitos
Há muito se foram
Ou sequer chegaram
Sem saber
Sem perceber
Sem anotar
Que meus pés descalços
E alma nua
Não são percalços
São tão inteiramente
E apenas... eu
.
Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
Da série "Pedaços d'alma"
 

Um comentário:

  1. e neste universo khármico e cósmico em que os vocábulos te representam tao bem em versos de extrair prazer alegria e emoção em nossos corações, vejo a beleza explenderosa da dama dos vocábulos para mim uma genial poetisa

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