I- Da Estação
das Flores ao Tórrido Verão
Quantos estigmas
Quantas amarras
Quantos chavões
Segui a Bíblia
Casamento é procriação
Casei-me por amor
Fomos amigos
Companheiros
Amantes
Cúmplices
Mestre e professor
Reciprocamente
Eternamente
Enquanto durou
II
– Da Estação das Chuvas ao Outono
Depois o vazio...
A viuvez esvaziou
O teu olhar no meu
Mas não o meu coração
Veio a luta
A sobrevivência
O manter do ninho
Nossos filhos...
Inteiramente meus
Pequenos pássaros
Pra aprenderem a voar
Vida afora
E sobreviver...
E então eles voaram
III
– Do Estação do Ameno Verão à Etérea
Primavera
E as minhas asas
Já meio cansadas
Mais que nunca
Precisavam descansar
E o ninho serenou
E a luta então passou
Como passa a tempestade
E de novo o céu azul ficou
E então uma amizade
Serena em amor é tudo o que bastou
Mãos dadas sem algemas
Corpos juntos na caminhada
Ninhos nichos em árvores separadas
IV
– Da Estação Real do Ser
E um voar perto
Com asas repartidas
Assim tão destemidas
Fazem o nosso hoje bem melhor
Sem estigmas
Sem promessas
E em espontânea doçura
Sinceramente meu
Sinceramente tua
Em ventura
Sem prisão
E eu amo
Essa sutileza
De cada novo dia
. .
Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
Da Série “Movimentos”
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