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09 fevereiro 2011

A saudade é a lágrima da alma // Refazendo a Tristeza - Márcia Vilarinho em parceria com Renato Baptista e Renato Baptista em parceria com Márcia Vilarinho



A saudade é a lágrima da alma // ou o sorriso que falta
Quando o coração bate descompassado // reflexo da emoção que envolve
Agita // faz estremecer
O corpo inteiro em frêmito // como soluços que não se calam
Oceano revolto em ondas sem surfistas // devaneios bruscos de momento
Vendaval de paixão sem brisa // alucinação que contorce o ventre
Aragem morta // horizonte pálido e frio
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A lágrima é o orvalho da madrugada eterna // fria por fora, quente por dentro
Enquanto não surge o dia e raia o sol // porque é o sol de ontem que fala
Desmaia a lua,embaça as estrelas // refrações que ofuscam a visão
E se espelham raios de lua no mar // reflexos encantadores e tristes
Agita a tormenta em chuva violenta // tentando arrancar o furacão do peito
Instiga o vento feito vida lenta // sem perceber que logo secará
E na saudade a lágrima está // e ela pode ser alegre, ótica apenas
Como estou eu... para você // falas do teu amor distante
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Márcia Vilarinho // Renato Baptista
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E continuando... e falando mais sobre Saudade//Você, eu e a Saudade
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Mas poesia vibra inconteste//Tão grande quanto o universo
Falando de saudade como tristeza//Descobrindo que também pode ser alegre
E por mais que seja agreste//Tem a cor do espectro de cada verso
Choro de alegria tem sua beleza//Com muita emoção a lágrima eclode
Então saudade é coisa boa//Pode ser assim considerada
Porque é eclético sentimento//Já que se encontra na alma encerrado
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E se a gente chora à toa//Orvalha os sentimentos todos
É porque sofreu sem consentimento//Ou porque se lembrou de um bom momento
Tenho saudade do meu amor//Eu também assim o quero
Tenho saudade do seu beijo quente//Da sua fala, da sua cor, do seu perfume em especial olor
E nessa singela troca de calor//Permanente, eternamente
Faço poesia quase deliquente//Em versos de parceria eloquente
Que a poesia permaneça linda//Como linda a vida feita de momentos que fazem a estrada paralela da saudade
Sem tanta tristeza embutida//Mediante felicidade mantida
E se a alegria parece finda//O sol voltará a raiar
Sonhamos acordados com nossos queridos//Pra demonstrar a continuação da vida
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Que as lágrimas sejam rebatizadas//Não mais pérolas das ostras
Que não sejam mais doloridas//Nem fruto de cicatrizes profundas
Se as percebermos tão cansadas//Busquemos prismas de cristal
É porque assumimos nossas feridas//Banhados pelos raios de sol
Saudade é benção, é alforria//Libertação que explode em dique
Se nos faz sentir tristes sem alegria//Assusta em um momento
É porque as noites não se fazem dia//E depois se mostram livres ao vento
E a lágrima, bem, a lágrima contagia.//Claras e límpidas assim brotam
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Renato Batista//Márcia Vilarinho

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Eu disse uma vez em poesia que saudade não devia ter plural de tão doída que é... mas se sentimos saudade é porque vivemos e sentimos e gostamos e percebemos e porque nossa alma se animou e o coração acelerou.//E se sentimos e vivemos e gostamos é porque tudo se inscreve no pergaminho de nossas almas benditas.
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Que se faça poesia que conte a história de uma saudade sem igual, daquela boa, gostosa, que nos faz viver e perceber o sol, o céu, a lua, as estrelas... já notou que às vezes passamos dias e dias sem olhar para cima?Para o céu que tanto nos ensina?//Que se faça de cada lágrima um verso de beleza em maestria pra contar dos sentimentos que nos causaram o sol, o céu, a lua, na plena naturalidade do ser...tão simplesmente sendo.
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Então saudade é coisa boa, porque se for de algo que nos deixa tristes, é porque aprendemos... se for de algo que nos alegra, é porque vivemos... e lágrimas, bem, eu disse que lágrimas são lágrimas... escorrem e secam. Até deixam marcas, mas são ícones que mostram sentimentos... alegria, tristeza, paixão, emoção, dor, qualquer coisa, reparou?//E que, então, sejam, as lágrimas, fontes multicoloridas na praça principal no jardim de nossas vidas.
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Elas guardam segredos, as danadas... e se saudade são as lágrimas da alma é porque expressa sentimento que os poetas teimam em fazer virar tristeza.//Ou a tristeza teima em virar poesia, pra ficar mais airosa e menos triste, mais bonita ou mais dengosa, mais bem vestida antes que tão desalinhada em suas feias vestes.
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Fica um poema que escrevi sobre saudade... mas uma saudade boa daquelas://E agora, meu amigo, pelo resto da jornada, vou me lembrar da saudade como lume pra alegria vivida, que será assim revivida em forma de poesia...que também fale de uma saudade boa..daquelas.
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Renato Baptista e Márcia Vilarinho
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6 comentários:

  1. Olá, querida Márcia
    A saudade tem cheirinho de amor no ar...
    Bjs de paz

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  2. É verdade Marcia " não deveria ter" .
    Mas pensando de outra forma, ás vezes a saudade é gostosa de sentir.
    Amei seu poema e de Renato, são dois poetas maravilhosos.
    Parabéns aos dois.

    Beijos

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  3. Lindo, Márcia!! Um grande beijo, boa noite :)

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  4. Lindos versos, parabéns aos dois por exprimir tão bem esta simbiose entre a saudade e a lágrima.
    Abraços:
    Tânia Suzart

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  5. Que lindo momento de vocês....
    Um apogeu!
    Dois verdadeiros mestres, que admiro demais!
    Beijo com carinho aos dois!
    Bea

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  6. Márcia...

    Obrigado pela publicação...ficou lindo demais esse trabalho poético...digo isso porque considero mais que um dueto essa investida de versos e pensamentos e sentimentos.
    Eu não sabia que você tinha publicado....rs...peço desculpas por não ter vindo agradecer antes.

    Abraços* minha amiga poeta.

    Renato Baptista

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