Translate

26 julho 2016

A figueira seca e o pomar



 Pobre figueira seca
Incapaz de amor
Que jamais floriu

Ou frutificou
Porque não semeou
E não semeando
Não se entregou ao vento
E não se entregando ao vento
Não se reinventou
Nem transcendeu
Nem se multiplicou
E nem se vestiu
Com suas próprias flores
Nem entregou seus frutos
A quem deles quisesse
Pra matar a fome
Pobres figueiras secas
Cada vez mais presentes
Neste vasto mundo
Imensamente árido
De sentimentos verdadeiros
Desinteressados
Pobres, muito pobres
As figueiras....secas
Que não quero
No meu plano
De árvores
Colossais
Que abrigam
Os pássaros
Venham de onde vier
Com seu cantar
Que emprestam sombra
Em dias de calor
E sabem florir
Na época certa
E desabrochar
Como sorrisos
Ternos
E infinitamente juntas
Umas das outras
Fazem em mim
Um canto
Com encanto
De prazer
E de beleza
Pela inteireza
Com que somos
E formamos um pomar
.
Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentario. Ele é muito importante para este blog poder crescer.