Nesse mesmo dia, há “alguns” anos ficamos noivos, no mais alto terraço de São Paulo, à luz de pequenas lamparinas e flores, de muitas cores, e músicas, orquestradas, que serviam para ouvir e sentir, aliás, que se faziam alimento d’alma. Emocionante e inesquecível, em requinte. Eu diria que para viver o amor é preciso ter o toque de um artista...e fazer do movimento uma obra de arte...e ser romântico, muito romântico, talvez o tempo inteiro em que se viva e se reviva o amor. Seja no sorrir, no brincar, no olhar, nas rusgas e nos destemperos, na volta da harmonia, em nova obra de arte que se plasma e que se guarda dentro do escopo, dentro da vida, vida a dois, íntima e plena. Quanta saudade do teu olhar matreiro, carinhoso e cúmplice do meu, tão sorrateiro, com que nos alcançou aquela aliança diferente, entregue como elo verdadeiro. E depois, dançar, na troca de anseios, silenciosos anseios, feitos toques em que a pele do rosto se tocando fremia o corpo inteiro, sem quaisquer exageros, transformando o elã, num momento único de desejo certeiro assim acordado e lapidado, mantido e acrescido, no ponto certo, do abraço que dizia de tudo o mais que se queria e, sobretudo, do que se esperava, e que se enaltecia e que se cultivava, criando, para tanto, com beleza, em minúcias, o evento assim primeiro. Lenta preparação criativa da então alcova que se estenderia pela vida inteira, de tal forma, como dizia Vinicius, que não fosse eterno, o sentimento, posto que chama, mas infinito enquanto dure...e como durou...e como se fez bonito...e como se fez forte... esse amor, assim tão verdadeiro e corajoso que até hoje nos une...você na pátria original e eu aqui terrena e recalcitrante...sentindo e vivendo esse mesmo amor, de puro quilate, tanto quanto aquela aliança que você me ofereceu....e, foi assim, que enfrentamos os dias azuis em céus de brigadeiro enfeitando a vida por inteiro e as tormentas, em cores pretas, depois cinzas em degrade, acompanhadas pelo choro ruidoso do universo todo...transformando-se até que se refizessem arco-íris completo novamente. Ah! Como a expressão do amor é assim tão diferente, quanto ao toque, na dança, do braço, que no abraço, do homem amado, enlaça a cintura, da mulher sua parceira, com firmeza e segurança, que a enleva e os leva nos passos compassados a demonstrar caminhos. Ah! Que felicidade ser ainda dessa “velha bossa”. E se hoje não dança mais o corpo, dançam-me os olhos que, assim aprenderam a dizer de sentimento e no pulsar carrego o perfume do amor perfeito que expressamos em tela e que até hoje inspira o adormecer no quadro sem moldura posto sobre a parede da mesma cabeceira....em que o seu lado vazio...ainda fala...Sejam sempre todos os dias, assim, de namorados enamorados, porque o amor sobrevive e se amolda em formas diferentes e evidentes, que podem permanecer uma vida inteira, como a mais notória, original e única obra de arte criada e restaurada a cada novo dia, por dois artistas que se amando,sejam infinitamente companheiros. São Paulo (SP), 12 de junho de 2013.
COSTURANDO POESIA DIA 10 DE AGOSTO
Há 18 horas
Belíssimo texto, sempre o amor a nos encantar, dito de tantas formas, parabéns!
ResponderExcluirPARABÉNS PELO BELO POEMA, QUE SÓ PODERIA SER ESCRITO POR QUEM MUITO AMA, MAS NÃO RIA "DI EU", MOMENTOS DE AMOR: QUEM NUNCA OS TEVE? "Meu amado, você é o Lírio mais lindo do meu Campo e me fascina com este olhar... o amor puro e perfeito que eu tanto quis encontrar... você tem a cor do amor (MEU VERMELHINHO)... Todos os momentos que passei com você deram um colorido tão lindo para a minha vida que fazem inveja ao mais lindo arco-íris... Mesmo tendo que dizer adeus, eu vou te levar pra sempre no meu coração... Sou grata à Deus, por você existir e ter te colocado no meu caminho. EU ESTARIA INCOMPLETA, SEM CONHECER VOCÊ."
ResponderExcluir