Translate

26 julho 2010

Muralhas internas


As brisas deslocam fatos
Do ontem que chegam ao hoje
Em forma de ventania
Pedaços de sentimentos
Bordados dentro de mim
São dunas em plenas praias
Na minh’alma agitada
Sem porto e sem nem um cais
São feitas de grãos de areia
Que somados geram milhas
Sem visão por escotilhas
Desse teu medo dolente
Desse teu ser simplesmente
Amigo tão sem abrigo
Amigo órfão de amor
Sem choupana nem sapé
E hoje não reconheço
Nem teu verso nem tua fala
Porque a amargura cala
A minha decepção e dor
Recolhe-te como feto
Embrião posto em muralhas
No útero do desamor
Deserto do meu calor
Que nas noites e nos dias
De solidão tão presente
Ao teu redor firmemente
Era teu lume e teu cetro
Pondo-te como um rei
E esse lume apagado
Assim por ti descuidado
Fez que de forma latente
Sumisses dentro de mim
E o teu eco longínquo
Em tuas próprias muralhas
Será sempre tua fala
Voltada somente a ti

.......

Dunas em vendaval


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes





3 comentários:

  1. Aplausos a você Márcia. Como sempre toca os nossos corações com suas poesias. Beijos ;)

    ResponderExcluir
  2. Màrcia querida, este poema é tão lindo, tão profundo e intenso que chega a arrepiar, conforme vai-se lendo!
    Magnífico minha amiga!
    Beijo com carinho
    Bea

    ResponderExcluir
  3. Querida Márcia,

    Acabei de fazer uma das mais belas leituras.Pronfundo êxtase de sentimentos interpretados neste bordados de linhas.

    Beijos de muita Luz!

    ResponderExcluir

Deixe seu comentario. Ele é muito importante para este blog poder crescer.