Já vivi
um grande amor intenso
Imenso,
insano, sano e sacrossanto
Quase trágico, mas verdadeiro
Tatuado
n’alma por inteiro
.
Já
erigi choupanas, castelos, casas em abrigo
Tijolo
por tijolo seguro... com ou sem escada
Sem
nunca lhes haver cruzado a entrada
Porque
nada tinham a ver comigo
.
Já
perdi entes queridos como o próprio caminhar
Sem
jamais me perder em qualquer estrada
E como centopeia
a cada passo estagnado
Novos,
fortes, bons e capazes sustentáculos
.
Já
recebi o carinho imenso de amigos verdadeiros
Que me
alcançaram d’alma o colorido
E das
arraigadas rejeições bem disfarçadas
Disfarcei
também todo o sentido
.
E hoje
a minúscula caderneta de chamadas
É o tesouro
que me acompanha como eterno bem
Na
certeza que carrego tão somente o ouro d’alma
Dizendo
adeus ao que do ontem hoje vivo tão além
.
Porque
na verdade existe um plano detalhado
Traçado
pelo centro do círculo vital original
Que
fortalece o livre arbítrio praticado
Por
quem sem medo sintoniza o natural
.
Márcia
Fernandes Vilarinho Lopes
Da
série “Seguindo adiante”