"Um insigth, repentino hoje me fez perceber que tenho a mais, pois além
de haver vivido a 'normalidade física' em sua plenitude, tive a
oportunidade de viver também a paraplegia, o que acrescentou em mim a
possibilidade de criar, de expandir a minha sensibilidade e a minha
percepção muito além..para lá do que o comum...e é isso o que me torna
diferente. E mais uma vez eu concluo que a vida é soma". Márcia
Fernandes Vilarinho Lopes
28 julho 2016
27 julho 2016
"A partitura da vida"
Sou e, por momentos, acredito que seja,
você, “Ego”, a minh’alma, ou boa parte dela, tão sincronizados
convivemos em todas as situações do dia a dia...imaginando... que assim
também tenhamos nos comportado nas situações de séculos a séculos.
Então, nesse tempo tão inteiro, “Ego”, você, consegue, num concerto a seis mãos, executar a uníssona melodia “Vida” em partitura de clave moral, dedilhando em conjunto, com plena complementariedade, em soma, as teclas em sustenidos da humildade, consciência, alegria, sabedoria e moral, sem dissintonias com quaisquer dos bemóis, que podem significar, e acho mesmo que significam todas as conotações melódicas da genética dominante, num mesmo corpo, diferente do anterior, que nos abriga, em cada encarnação, em escalas modificadas a qualquer tempo pelo evento vida ou morte.
Pois é, de repente, surgem maestros diferentes, que tendem a reger a partitura da “Vida”, sob várias batutas e, então, no sobe e desce dos sinais que oferecem, de acordo com o ritmo, já não sei mais se sou “eu” ou é “parte do você eu” quem desafina....se sou “eu” ou se é “parte de você eu” quem não combina.
E se maestro rima com maestria, temos todos os elementos de nossa família, desde lá de muito aquém, daqueles que já se foram e, dependendo de seus “ids”, “egos” e “superegos”, se transformaram em cometas, até os que diariamente repetindo e repetindo e repetindo nos ensinam a falar, pensar, viver e ser – e quem não diz que são eles os maestros - e, então, quantas vezes sou obrigada a falar por “você eu parte do meu ego”, que nasceu mudo, mas não deixa de se expressar, em diferentes partes do meu “eu em soma” e, no entanto, sem ser o que eu queria dizer, fico “o simplesmente eu” que sei falar, totalmente mudo, mutatis mutandi, e então a “partitura” da Vida se “parte” em duas, e ninguém mais sabe qual dos maestros rege o nosso simples “eu”.
Instalada assim a subtração da concordância, em regência una aceita, surge o samba pleno misturado com a mais melódica sinfonia, em diferentes claves desconhecidas pela aberração de parte do “eu enlevado pelo ego inteiro” ou apenas por “parte desse mesmo ego inteiro”, pois o ego não aceita ser apenas o “eu”.
Nesses momentos, portanto, ego querido, na associabilidade que nos compete, na vivência una, venho sugerir que seja eu, assim tão “simplesmente eu”, a sua maestra, porque somente dessa forma você aceitará ser eu, e se a partitura rota estiver composta por duas páginas rasgadas eu as colarei para que as leia...e então as claves serão as dominantes escritas pelas linguagens de valores do Universo e as notas musicais serão as etapas vencidas, juntas, a comporem, exatamente assim, a partitura “una” que afina a vida e não confina o eu.
E acho que isso somente acontece na velhice... cabendo a todos os maestros, que ainda surgem, apenas revisarem a partitura una da melodia “Vida” que flui pelas próprias mãos do afinador do teclado que, finalmente, é o “simplesmente eu”.
Então, nesse tempo tão inteiro, “Ego”, você, consegue, num concerto a seis mãos, executar a uníssona melodia “Vida” em partitura de clave moral, dedilhando em conjunto, com plena complementariedade, em soma, as teclas em sustenidos da humildade, consciência, alegria, sabedoria e moral, sem dissintonias com quaisquer dos bemóis, que podem significar, e acho mesmo que significam todas as conotações melódicas da genética dominante, num mesmo corpo, diferente do anterior, que nos abriga, em cada encarnação, em escalas modificadas a qualquer tempo pelo evento vida ou morte.
Pois é, de repente, surgem maestros diferentes, que tendem a reger a partitura da “Vida”, sob várias batutas e, então, no sobe e desce dos sinais que oferecem, de acordo com o ritmo, já não sei mais se sou “eu” ou é “parte do você eu” quem desafina....se sou “eu” ou se é “parte de você eu” quem não combina.
E se maestro rima com maestria, temos todos os elementos de nossa família, desde lá de muito aquém, daqueles que já se foram e, dependendo de seus “ids”, “egos” e “superegos”, se transformaram em cometas, até os que diariamente repetindo e repetindo e repetindo nos ensinam a falar, pensar, viver e ser – e quem não diz que são eles os maestros - e, então, quantas vezes sou obrigada a falar por “você eu parte do meu ego”, que nasceu mudo, mas não deixa de se expressar, em diferentes partes do meu “eu em soma” e, no entanto, sem ser o que eu queria dizer, fico “o simplesmente eu” que sei falar, totalmente mudo, mutatis mutandi, e então a “partitura” da Vida se “parte” em duas, e ninguém mais sabe qual dos maestros rege o nosso simples “eu”.
Instalada assim a subtração da concordância, em regência una aceita, surge o samba pleno misturado com a mais melódica sinfonia, em diferentes claves desconhecidas pela aberração de parte do “eu enlevado pelo ego inteiro” ou apenas por “parte desse mesmo ego inteiro”, pois o ego não aceita ser apenas o “eu”.
Nesses momentos, portanto, ego querido, na associabilidade que nos compete, na vivência una, venho sugerir que seja eu, assim tão “simplesmente eu”, a sua maestra, porque somente dessa forma você aceitará ser eu, e se a partitura rota estiver composta por duas páginas rasgadas eu as colarei para que as leia...e então as claves serão as dominantes escritas pelas linguagens de valores do Universo e as notas musicais serão as etapas vencidas, juntas, a comporem, exatamente assim, a partitura “una” que afina a vida e não confina o eu.
E acho que isso somente acontece na velhice... cabendo a todos os maestros, que ainda surgem, apenas revisarem a partitura una da melodia “Vida” que flui pelas próprias mãos do afinador do teclado que, finalmente, é o “simplesmente eu”.
.
Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
Da Série “Ser”
Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
Da Série “Ser”
26 julho 2016
Somos
Como
no compasso
Deste
descompasso
Somos
nesta vida
Signos
de orquestra
Juntos
a dançar
Como
folhas soltas
Na
ventania envoltas
Em
breve sinfonia
Somos
maestria
Neste
balouçar
.
Como
asas delta
Em
brincadeira celta
Que
nos faz voar
Somos
amplitude
A
nos enlaçar
.
Como
quietude
Som
em plenitude
Coração
ao centro
Neste
abraço lento
Em
olhos de olhar
.
Somos
Como
cata-ventos
Enlaçando o ar
Nesse doce movimento
Que
nos faz sonhar
.
Márcia
Fernandes Vilarinho Lopes
A figueira seca e o pomar

Pobre figueira seca
Incapaz de amor
Que jamais floriu
Ou frutificou
Porque não semeou
E não semeando
Não se entregou ao vento
E não se entregando ao vento
Não se reinventou
Nem transcendeu
Nem se multiplicou
E nem se vestiu
Com suas próprias flores
Nem entregou seus frutos
A quem deles quisesse
Pra matar a fome
Pobres figueiras secas
Cada vez mais presentes
Neste vasto mundo
Imensamente árido
De sentimentos verdadeiros
Desinteressados
Pobres, muito pobres
As figueiras....secas
Que não quero
No meu plano
De árvores
Colossais
Que abrigam
Os pássaros
Venham de onde vier
Com seu cantar
Que emprestam sombra
Em dias de calor
E sabem florir
Na época certa
E desabrochar
Como sorrisos
Ternos
E infinitamente juntas
Umas das outras
Fazem em mim
Um canto
Com encanto
De prazer
E de beleza
Pela inteireza
Com que somos
E formamos um pomar
.
Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
22 julho 2016
"Flash"
Corpos que se extravasam
Corpos que se distanciam
Corpos que se saciam
Corpos que silenciam
E na taberna da vida
O vinho dos sentimentos
Adormece o cérebro
Embebedando o coração
E nesse cenário espúrio
Despida de carnes a alma
Reluz no reflexo da lua
A sua própria ternura
Tal maré que beija areia
E na algazarra da noite
Estrelas são vagalumes
Alguns sussurram prazeres
E em outros a lágrima brota
E no canto qual fotógrafa
Num flash sorrateiro e cabal
Eu vejo que há copos cheios
De estanho tão amassados
De cristal sempre trincados
Quebradas as transparências
E outros de borracha latente
Sem nunca se distorcer
Contendo amores e dores
Por toda uma vida inteira
E na taberna da vida
A noite suplanta o dia
Que novamente já vem
Corpos são copos d’alma
Que a vida em si a retém
.
Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
20 julho 2016
Egos em andaimes
Desperto...
O sol da meia noite
Brilha ao redor da lua
E a rua é espelho
A refletir a alma nua
Do homem bêbado
Que cambaleia
E no seu bambolear
Tudo muda de lugar
E a lua volta
Pra brincar com o dia
E o sol transpira
Raios de luar
E o homem
Bêbado
Cai
Em sono
Fumaça
Sem hoje
Sem amanhã
E o seu respirar
É o silvo dos lobos
Num cão sóbrio
A lhe guardar
No topo do andaime
Cadafalso
Do eu
Ego?
.
Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
O sol da meia noite
Brilha ao redor da lua
E a rua é espelho
A refletir a alma nua
Do homem bêbado
Que cambaleia
E no seu bambolear
Tudo muda de lugar
E a lua volta
Pra brincar com o dia
E o sol transpira
Raios de luar
E o homem
Bêbado
Cai
Em sono
Fumaça
Sem hoje
Sem amanhã
E o seu respirar
É o silvo dos lobos
Num cão sóbrio
A lhe guardar
No topo do andaime
Cadafalso
Do eu
Ego?
.
Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
18 julho 2016
O sol e a lua em mim
O
sol mostra o solo
Do
meu racional
E
em percepção
Extrassensorial
A
lua mostra o chão
Da
minh’alma nua
E..
de repente
Em
estágio latente
A
energia acalma
Todo
o meu ser
Num
raro momento
De
reconhecimento
A
ver assim
O
autorretrato
Da
harmonia em mim
.
Márcia
Vilarinho
14 julho 2016
Os dias da taba
Contados por luas
Fizeram-se sol
Iluminando o desvio
Por aonde eu vou
De agora em diante
Assim bem distante
Deixando a distância
Que você cultivou
.
Os dias da taba
Contados sem falas
Fizeram-se lágrimas
Interrompidas
Por metade
Dum sorriso
Que a vida
Gerou
.
Os dias da taba
Contados por flores
Ficaram desnudos
Vestidos de neve
Que o vento levou
E a brisa dos ares
Abraçando meu ser
Devolve-me os anseios
De quem eu sou
.
E os dias da taba
Cantados tambores
Projetam pajés
E transformação
Em clarões a nascerem
Contados por falas
Reais e fluentes
Que espontaneamente
O tempo alforriou
.
Mas a distância
Essa você criou
.
Márcia Vilarinho
Iluminando o desvio
Por aonde eu vou
De agora em diante
Assim bem distante
Deixando a distância
Que você cultivou
.
Os dias da taba
Contados sem falas
Fizeram-se lágrimas
Interrompidas
Por metade
Dum sorriso
Que a vida
Gerou
.
Os dias da taba
Contados por flores
Ficaram desnudos
Vestidos de neve
Que o vento levou
E a brisa dos ares
Abraçando meu ser
Devolve-me os anseios
De quem eu sou
.
E os dias da taba
Cantados tambores
Projetam pajés
E transformação
Em clarões a nascerem
Contados por falas
Reais e fluentes
Que espontaneamente
O tempo alforriou
.
Mas a distância
Essa você criou
.
Márcia Vilarinho
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