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12 junho 2013

Namorados...eternamente enamorados

Nesse mesmo dia, há “alguns” anos ficamos noivos, no mais alto terraço de São Paulo, à luz de pequenas lamparinas e flores, de muitas cores, e músicas, orquestradas, que serviam para ouvir e sentir, aliás, que se faziam alimento d’alma. Emocionante e inesquecível, em requinte. Eu diria que para viver o amor é preciso ter o toque de um artista...e fazer do movimento uma obra de arte...e ser romântico, muito romântico, talvez o tempo inteiro em que se viva e se reviva o amor. Seja no sorrir, no brincar, no olhar, nas rusgas e nos destemperos, na volta da harmonia, em nova obra de arte que se plasma e que se guarda dentro do escopo, dentro da vida, vida a dois, íntima e plena.  Quanta saudade do teu olhar matreiro, carinhoso e cúmplice do meu, tão sorrateiro, com que nos alcançou aquela aliança diferente, entregue como elo verdadeiro. E depois, dançar, na troca de anseios, silenciosos anseios, feitos toques em que a pele do rosto se tocando fremia o corpo inteiro, sem quaisquer exageros, transformando o elã, num momento único de desejo certeiro assim acordado e lapidado, mantido e acrescido, no ponto certo, do abraço que dizia de tudo o mais que se queria e, sobretudo, do que se esperava, e que se enaltecia e que se cultivava, criando, para tanto, com beleza, em minúcias, o evento assim primeiro. Lenta preparação criativa da então alcova que se estenderia pela vida inteira, de tal forma, como dizia Vinicius, que não fosse eterno, o sentimento, posto que chama, mas infinito enquanto dure...e como durou...e como se fez bonito...e  como se fez forte...  esse amor, assim tão verdadeiro e corajoso que até hoje nos une...você na pátria original e eu aqui terrena e recalcitrante...sentindo  e vivendo esse mesmo amor, de puro quilate, tanto quanto aquela aliança que você me ofereceu....e, foi assim, que enfrentamos os dias azuis em céus de brigadeiro enfeitando a vida por inteiro  e as tormentas, em cores pretas, depois cinzas em degrade,  acompanhadas pelo choro ruidoso do universo todo...transformando-se até que se refizessem arco-íris completo novamente. Ah! Como a expressão do amor é assim tão diferente, quanto ao toque, na dança, do braço, que no abraço, do homem amado, enlaça a cintura, da mulher sua parceira, com firmeza e segurança, que a enleva e os leva nos passos compassados a demonstrar caminhos. Ah! Que felicidade ser ainda dessa “velha bossa”. E se hoje  não dança mais o corpo, dançam-me os olhos que, assim aprenderam a dizer de sentimento e no pulsar carrego o perfume do amor perfeito que  expressamos em tela e que até hoje inspira  o adormecer no quadro sem moldura posto sobre a parede da mesma cabeceira....em que o seu lado vazio...ainda fala...Sejam sempre todos os dias, assim, de namorados enamorados, porque o amor sobrevive e se amolda em formas diferentes e evidentes, que podem permanecer uma vida inteira, como a mais notória, original e única obra de arte criada e restaurada a cada novo dia,  por dois artistas  que  se amando,sejam infinitamente companheiros.  São Paulo (SP), 12 de junho de 2013.