Translate

27 abril 2011

Arlete Laranja - Homenagem

Educadora
Mulher
Que se fez bela
E em tudo ao seu redor
Criou beleza
Em estilo de solidez
Capacidade
Progresso
Em tudo que realizou
Arlete Laranja
Colégio Augusto Laranja
Que você idealizou
E lá onde tantos outros
Meu filho estudou
E quando meu marido se foi
A caminho do além
Com sua lição terminada
Sua missão realizada
Você, querida Arlete
Fêz-se mais que a diretora
Que a educadora
Fêz-se amiga e companheira
Ao lado do aluno seu
Compreensiva e dedicada
E lá meu filho se formou
Não como um número certo
Não como alguém incerto
E sim como um nome
Como um ser uno
Individualizado
Inserido num grupo
De seres visíveis
Em suas especificidades
Convidados sempre
À soma
Essa a sua grande arte
De reunir sem se esquecer
Da parte
À sombra das suas copas
Da sua sensibilidade
Raiz de profundo porte
E ao me ver mãe e viúva
Numa cadeira que roda
Arlete Laranja
Pela sua solidariedade
Pela sua capacidade
De amor
Você fez morada
Em nossos corações
E em nossas vidas
Para sempre
E se hoje você parte
Rumo ao outro lado da vida
Além de você fica
A sua dedicação
O seu imenso carinho
A todos os alunos
Que você Arlete
Tanto amou
E que hoje com certeza
No coração fazem guarida
De tudo o que você cativou
De tudo que você criou


Não lhe dizemos adeus
Nós lhe dizemos até um dia companheira
E obrigada por uma vida inteira
Plantando sabedoria

Alô... Arlete...Aqui quem fala é a mãe do Tiago Jordão

25 abril 2011

Meu canto de alegria (em homenagem a todos os poetas companheiros da Casa da Poesia)


Literalmente voei
Nas asas do avião
Mochila nas costas
Presas em alças
Na minha cadeira
De tantas rodas
Que enfim singrou
Os ares do meu respiro
Os ares do teu amor
Sobrevoando o medo
Vencendo com todo apoio
De uma áerea compania
Na voragem do viver
O ir e vir
O chegar, o ser e o ter
A coragem de aportar
Com próprias asas singelas
.
Literalmente voei
Nas asas da alegria
Na liberdade tardia
Que desatou os meus nós
Nas cordas vocais
Abertas
Libertas
No canto de uma nota só
Como se fosse a graúna
Dublando a sabiá
Trinados do rouxinol
Somados ao bem te vi
Na canção fora do exílio
No canto do colibri
No universo tamanho
Sementes de sementeiras
Que na verdade colhi
.
Literalmente voei
Nessa idade nova que chega
E apaga a chaga
Em anos de amor e pranto
De regorjeio
Recato e recanto
Aprendizado tão só
Na querença do viver
Na morte da desesperança
Na vida do etéreo ser
O sumo da vida sorvi
E então sobrevivi
Na esperança e na fé
Na carícia das asas
De vários e tantos anjos
Que assim eu conheci
E também reconheci
.
Literalmente voei
Nos raios de sol
No brilho da lua
No reflexo do mar
Na vida pura poesia
Escrita da alma
Que ama e se inflama
Na linguagem dos sentimentos
Que não se calam jamais
Nas células tão iguais
Do seres, das flores
Da natureza, reais
De sonhos e ideais
Nos beijos feitos do pólen
No abraço feito do nácar
Das borboletas
Em multicores no ar
.
Literalmente voei
Enalteci e cresci
Criei rimas, fiz-me versos
Em fênix que fui, sou e serei
E que, assim, vista por tantos
Em soma de acalantos
Fizeram-me mais poeta
Ao me dedicarem um ano
Em dias de alegria tamanha
No amor amizade encanto
Enlaçados em poesia
Amigos e companheiros
Com quem divido esse prêmio
Feito de eterno canto tão terno
Nesse nosso mesmo nome
Igual, pleno em sentido idêntico
Escrito tão somente “Poeta”
.
Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

17 abril 2011

Resgate

Bebeu do grão de pólen o sumo
Sorveu o sol pelos ossos
De seu corpo inteiro
Captou a lua em seu olhar
Encerrando-a no sono
Em olhos voltados para o avesso
Banhou-se nas Cataratas do Universo
Espelhou-se no mar de estrelas
Em pleno dia adormecido
Viajou nas asas das borboletas
Antecedidas por vagalumes
A iluminar caminhos
Guardou seu racional
No cume mais alto posto em ninho
E na luz de prata se agarrou
E foi além do sonho sem registro
No resgate de seu próprio eu

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

14 abril 2011

Cotidiano "do eu" sem você


Desperta, despertador, desperta
Mesmo contrariando a lei do psiu
Meus olhos se estatelam estelares
Acampando no meu rosto seminerte
O sol arrebenta a fresta da janela
E corre até mim como companheiro
Literalmente pulo da cama
Onde caí do céu
A manhã me alimenta
Falta algo desde o travesseiro
Mas a mente já galopa
Perpassando o dia inteiro
O beijo gelado da brisa
Máscara do dia quente
Me faz pensar
Falta algo do meu dia inteiro
O trânsito, o carro
O rádio que de tanto guardar
Quando chego em algum lugar
Quase não encontro
Então eu canto
Mas falta algo corriqueiro
As buzinas somem
Todo mundo parado
Gêmeos encantados
Idênticos e sonados
Atrasados
Os minutos somam
Ninguém se olha
Ninguém se vê
Lado a lado
Sem umbigos
Centrados
Assim eu
Assim você
Vida urbana
Quero minha cabana
Porque falta algo
E não sei o que
O Código, o Juiz
O cliente, o processo
A petição, a dor
Separação
Execução
Canção
Já sei
Falta, definitivamente falta
Eu já sei o que
Falta em mim você

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

10 abril 2011

Pesadelo de amor

Há neblina cor de rosa
A encobrir tudo ao meu redor
Estou perdida
Choro
E de repente encontro você
Revestido da sua cor natural
Na roupa branca do dia a dia
No consultório
Seu cantinho habitual
Olhando pra mim
Com o seu olhar vivo de amor
Sua mão se estende
Eu não consigo segurar
Você cai
Há neblina
Essa neblina que não se esvai
Onde você está?
Eu não consegui segurar você
Volta!
Eu não sei sair daqui
E de repente
Ainda a soluçar
Olhando pelos vãos da janela
O sol começa a entrar
Faz se dia
Um bem te vi
Põe se a cantar
E o dia me acorda
E o sonho se vai
Em pesadelo
Mais uma vez
Sem conseguir segurar você
Volta, por favor volta!
.
Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

05 abril 2011

Refletindo nos cristais


Ao nascer
Ganhamos um espelho
Pra nos projetar
Um espelho feito de cristais
E aí descobrimos o sol
E depois a lua
O mar
O alvorecer dos dias
Os olhos de nossas mães
O rosto de nossos pais
E vamos por todas as fases
A galopar
Refletindo nos cristais
Todos os nossos sonhos
Todas as nossas metas
Nossos gens
Nossos ancestrais
Nossos sonhos
Nossos amores
Ardores
Desejos
Nossos sorrisos
Nossos ais
.
Ao morrer
Nos deparamos
Com um espelho
Feito de cristais
Que ganhamos ao nascer
Pra nos projetar
E já do lado de lá
Todas as nossas cores
Refletidas
Furta cores
Incandescentes
Douradas
Tão mescladas
Iluminadas
Que abraçamos
Enlaçamos
Encantados
Encantando
E as vamos levando
Como luzes do caminho
Aonde queiramos chegar
.
Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes