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27 fevereiro 2011

Descalça


Descalça na areia
Marco pisadas sem fim
Pé ante pé
Em pé
Sincronizada
A artéria comanda a veia
Ribomba o vermelho
Em cada espaço em mim
No frêmito da paixão
Descalça no teu coração

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

22 fevereiro 2011

Eu sou a minha criação

Quero sonhar meu sorriso
Soldar meu encanto
Saldar teu amor
.
Quero vestir sensações
Sem zíper que cerre
Sem alça ou botão
.
Quero despir as tristezas
Com vestes no chão
Sem preocupação
.
Quero ser simplesmente
A mais pura verdade
A minha criação
.
Quero afinal ser nua
De ti
Em verso e canção

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

19 fevereiro 2011

TEMPESTADES DA ALMA - BEATRIZ PRESTES E MÁRCIA VILARINHO EM DUETO



Nuvens negras / Pintadas de revolta
Tempestades / Pautadas por furacões
Bramiu o vento / Entoando estranha canção
Trovões explodem / Ribombam ecos
Torna-se chumbo /Pesando o peso das águas retidas, lágrimas do universo
Firmamento mudo / Desconsolado encanto
.
Fagulhas lançadas / Fogo desmantelado em fogueira ácida
Em minha alma / No cerne do meu eu
Tão habituada à calma / Até então feita arco íris
Ciclones, violências / Tsunami eclode
Trucidam, angustiam / Água e fogo em descomunal luta
Causam demência / Enlouquecem o tempo, conjugando o feroz evento
.
Fez-se guerra / Luta dura
Paz despencando de brusco / Natureza quebrando o natural
Coragem rola / Recompondo a força do mais que abissal
Vai por terra / Tudo cai, tudo se esfacela
Fúria louca e intensa / E não se reconstrói
Na porta à minha espera / A dor dói
.
Rasgando sulcos / Fulminando tudo
Vastos remoinhos / Vendaval sem direção
Tomaram conta do ninho / Corroendo a proteção da vida
Encontro-me agora / Deixada nua
Em meio ao turbilhão / Estilhaçada
Sentido-me só, sem direção / Como células estelares em plena escuridão
.
Despenco das encostas / Faço-me pedaços em desencontro
Devastada, triturada / Embrulhados por um véu
Furor da falta / Ausência do sol, do mar, da lua, da vida
Desolação que me cala / Profundamente entristece
Chega fria impiedosa / A falência dos meus versos
E não poupa nada / Apagando a verve do meu sonho literário...chamado vida
.
Beatriz Prestes / Márcia Vilarinho

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MÁRCIA, MINHA AMIGA QUERIDA...
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QUE SENTIMENTO EXPRESSADO! QUE LINDO E PERFEITO. VOCÊ MINHA AMIGA, DUETOU COMO QUE SABENDO COM EXATIDÃO, TUDO QUE CHEGA E VAI ASSOLANDO A ALMA!
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OBRIGADA PELA HONRA, PELO PRESENTE PRIVILEGIADO QUE É TER UM POEMA DUETADO POR VOCÊ!
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FICOU CASADÍSSIMO! AFINADÍSSIMO!
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BEIJO MUITO CARINHOSO MINHA AMIGA
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Bea

Criado e postado na Casa da Poesia por Beatriz Prestes com dueto de Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

17 fevereiro 2011

Volta!



Nas quinas dos meus cantos
Desperdicei meus encantos
Joguei fora minhas cores
Tripudiei mil amores
E acabei voltando
Pra você

Passa o tempo, passam horas
Os minutos, os espaços, o talvez
E o sentimento perdura
Como riqueza pura
Que acaba sendo
Sua

E nesse latente latejar
Nessa saudade a pulsar
Nos momentos já vividos
Na felicidade pautada
No passado hoje eterno
Eu aqui a relembrar

Da vivência de um amor
Que nada conseguiu quebrar
À vivência de um encontro
Feito vínculo a perdurar
O empate e o eco
A me chamar

Quisera dizer passou
Quisera poder chorar
Lhe reencontrar
Me despedir
Emudecer e calar
Presa ao seu olhar

Volta!

 
Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

15 fevereiro 2011

Trigais d'alma


Há um campo em mim
Dourado a reluzir
São meus trigais d’alma
Fonte de alimento assim
Pura e etérea
Herdada dos ancestrais
.
Colho sabedoria
Nos pequenos grãos douro
Que reverto em outro tanto
Em sementes pra florir
.
Nos cachos de trigo
Sorvo minha fome
Sovo o pão
Pão nosso de cada dia
.
E no sentimento
No companheirismo
No destemor
Na ciranda da vida
No trigo
Sem castigo
Eu sou
.
Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

09 fevereiro 2011

A saudade é a lágrima da alma // Refazendo a Tristeza - Márcia Vilarinho em parceria com Renato Baptista e Renato Baptista em parceria com Márcia Vilarinho



A saudade é a lágrima da alma // ou o sorriso que falta
Quando o coração bate descompassado // reflexo da emoção que envolve
Agita // faz estremecer
O corpo inteiro em frêmito // como soluços que não se calam
Oceano revolto em ondas sem surfistas // devaneios bruscos de momento
Vendaval de paixão sem brisa // alucinação que contorce o ventre
Aragem morta // horizonte pálido e frio
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A lágrima é o orvalho da madrugada eterna // fria por fora, quente por dentro
Enquanto não surge o dia e raia o sol // porque é o sol de ontem que fala
Desmaia a lua,embaça as estrelas // refrações que ofuscam a visão
E se espelham raios de lua no mar // reflexos encantadores e tristes
Agita a tormenta em chuva violenta // tentando arrancar o furacão do peito
Instiga o vento feito vida lenta // sem perceber que logo secará
E na saudade a lágrima está // e ela pode ser alegre, ótica apenas
Como estou eu... para você // falas do teu amor distante
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Márcia Vilarinho // Renato Baptista
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E continuando... e falando mais sobre Saudade//Você, eu e a Saudade
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Mas poesia vibra inconteste//Tão grande quanto o universo
Falando de saudade como tristeza//Descobrindo que também pode ser alegre
E por mais que seja agreste//Tem a cor do espectro de cada verso
Choro de alegria tem sua beleza//Com muita emoção a lágrima eclode
Então saudade é coisa boa//Pode ser assim considerada
Porque é eclético sentimento//Já que se encontra na alma encerrado
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E se a gente chora à toa//Orvalha os sentimentos todos
É porque sofreu sem consentimento//Ou porque se lembrou de um bom momento
Tenho saudade do meu amor//Eu também assim o quero
Tenho saudade do seu beijo quente//Da sua fala, da sua cor, do seu perfume em especial olor
E nessa singela troca de calor//Permanente, eternamente
Faço poesia quase deliquente//Em versos de parceria eloquente
Que a poesia permaneça linda//Como linda a vida feita de momentos que fazem a estrada paralela da saudade
Sem tanta tristeza embutida//Mediante felicidade mantida
E se a alegria parece finda//O sol voltará a raiar
Sonhamos acordados com nossos queridos//Pra demonstrar a continuação da vida
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Que as lágrimas sejam rebatizadas//Não mais pérolas das ostras
Que não sejam mais doloridas//Nem fruto de cicatrizes profundas
Se as percebermos tão cansadas//Busquemos prismas de cristal
É porque assumimos nossas feridas//Banhados pelos raios de sol
Saudade é benção, é alforria//Libertação que explode em dique
Se nos faz sentir tristes sem alegria//Assusta em um momento
É porque as noites não se fazem dia//E depois se mostram livres ao vento
E a lágrima, bem, a lágrima contagia.//Claras e límpidas assim brotam
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Renato Batista//Márcia Vilarinho

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Eu disse uma vez em poesia que saudade não devia ter plural de tão doída que é... mas se sentimos saudade é porque vivemos e sentimos e gostamos e percebemos e porque nossa alma se animou e o coração acelerou.//E se sentimos e vivemos e gostamos é porque tudo se inscreve no pergaminho de nossas almas benditas.
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Que se faça poesia que conte a história de uma saudade sem igual, daquela boa, gostosa, que nos faz viver e perceber o sol, o céu, a lua, as estrelas... já notou que às vezes passamos dias e dias sem olhar para cima?Para o céu que tanto nos ensina?//Que se faça de cada lágrima um verso de beleza em maestria pra contar dos sentimentos que nos causaram o sol, o céu, a lua, na plena naturalidade do ser...tão simplesmente sendo.
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Então saudade é coisa boa, porque se for de algo que nos deixa tristes, é porque aprendemos... se for de algo que nos alegra, é porque vivemos... e lágrimas, bem, eu disse que lágrimas são lágrimas... escorrem e secam. Até deixam marcas, mas são ícones que mostram sentimentos... alegria, tristeza, paixão, emoção, dor, qualquer coisa, reparou?//E que, então, sejam, as lágrimas, fontes multicoloridas na praça principal no jardim de nossas vidas.
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Elas guardam segredos, as danadas... e se saudade são as lágrimas da alma é porque expressa sentimento que os poetas teimam em fazer virar tristeza.//Ou a tristeza teima em virar poesia, pra ficar mais airosa e menos triste, mais bonita ou mais dengosa, mais bem vestida antes que tão desalinhada em suas feias vestes.
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Fica um poema que escrevi sobre saudade... mas uma saudade boa daquelas://E agora, meu amigo, pelo resto da jornada, vou me lembrar da saudade como lume pra alegria vivida, que será assim revivida em forma de poesia...que também fale de uma saudade boa..daquelas.
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Renato Baptista e Márcia Vilarinho
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03 fevereiro 2011

No silêncio

                                                             
 No silêncio experimentado
Há alguns anos atrás
Aprendi a escutar
A todos, a você e a mim
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No silêncio ora gerado
Que ensurdeceu a tu’ alma
Aprendi a me calar
Como onda beijando o mar
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No abraço da energia
Que implodiu meu coração
Atravesso o universo
E te circundo de amor
.
No silêncio...apenas
Sem falar.....


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes