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26 janeiro 2011

Sou busca de você

Sou corda de violão
Em busca de um menestrel
Que me leia partitura
E me tanja com candura

Sou letra viva da poesia
Em busca de mais um verso
De uma rima canora
Na maestria do universo

Sou a milhagem do vento
Que cruza o norte e o sul
Sou ode à elegia
Sou final epifania

E mais que tudo
Sou a asa da gaivota
Que galopa e singra o ar
Em busca de você

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

21 janeiro 2011

Sono... passaporte pro etéreo

É noite
Meus olhos cerrados
São passaporte pro sono
.
Estrada etérea
Banhada de lua
Por ela avisto o mar
No avesso do espelho
Mirador universal
Longe, tão longe
Banhado de azul
Banhando a terra
À frente uma vereda
Com flores de cristal
Luzes em profusão
Cores em evolução
Arco íris formando
Vestida de luz
Prossigo em melodia
Colho sons
Na flauta transparente
Formo coro
Com outros entes
Diáfonos coloidais
Cataventos espalhados
Lunetas são giroscópio
Caledioscópio gigante
De gente linda que agita
Diferente das pessoas
Que acordadas vigilantes
São sonâmbulas em ação
E nessa felicidade
Durmo no horário da terra
E acordo na imensidão
E da viagem diária
O sono carrega a alma
E a alma descansa o corpo
Olhos... passaporte pro sono
Sono... passaporte pro etéreo

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

15 janeiro 2011

Chove o choro em mim

Relâmpagos ribombam no meu coração
A alma troveja inconsequentemente
O negro do céu se reflete em meus olhos
A tempestade feito borrasca eclode
Nos inteiros de mim

Faíscas de luz sinalizam a luta
Da natural correnteza elétrica
Que despe o sol, desnuda a lua
Sem fonte de origem visível
Chove nos inteiros do mundo

Nos cataclismas do tempo
Nos cataclismas dos eventos
No dia a dia de mim, assim
A semelhança é total
Na origem do universo

Mas onde está a cachoeira
Ininterrupta matriz
Do choro em mim?

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

09 janeiro 2011

O mar e a ilha


Ondas se arrebentam na praia
E arrebatam cada frase da poesia
Em fina areia branca
A faixa estreita e pequena
Canta o marulho do mar

O céu vaidoso se mira
Em puro azul sobre ouro
Dos fios tecidos do sol
Entremeando a neblina...

Ao longe o barco volta
Num apito que é um silvo
De uma imensa dor
Veleiro de intenso amor

E recebendo as águas
No movimento da vida
A ilha se rejubila
Todo seu verde brilha
Todos os sabiás cantam
Enquanto o pintassilgo trina
E o bem me quer grita
O tamanho de seu querer
E suas asas agita
No alto da serrania
Em tão linda trilogia

E nas margens do oceano
Passeiam seres humanos
Sem coro com os rouxinóis
Esquecidos dos bemóis

E a ilha se rejubila
Todo seu verde brilha
E rutila o coração
Ao sentir tanta emoção

E na verdade do dia
E no embate da noite
Olho pro espelho das águas
E descubro
Sou ilha....

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes