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29 setembro 2010

Banzo


Em pleno mar da vida
O navio singra sem cor
Trazendo-me prisioneira
Desse tão dolente amor

Atada em laços de enlace
Que prendem a própria alma
Em dor que entorna do cálice
A seiva do coração

E nesse relógio da vida
Centrado no meio do peito
O banzo explode e crepita

Na saudade do que eu era
E que a liberdade espera
Pra desatar esse nós

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

26 setembro 2010

Uma janela pro etéreo

Há muito descobri a janela pro etéreo
E por ela me comunico contigo
E das últimas notícias sei que estás bem
Acomodado em teu novo ninho
Amoldado ao teu novo trabalho
E que embora o hajam convidado
A voltar você não quiz
E te respeitaram o arbítrio...
Sei que me vais esperar
Aí vamos nos encontrar
Uma vez mais nos abraçar
E, por certo, um outro plano de vida
Juntos vamos firmar
E hoje
Em que farias a mesma idade que eu
Lembrei-me como era bom o teu aniversário
Meu querido marido festeiro
Alegre como um menino
E aprendi a fazer bolos
Por força desse gostar
E em todas as festas surpresas
Que aprendemos a trocar
Fosse no dia do meu, em que tantas vezes sorri
Surpreendida por tua imaginação, tuas flores
Música, e um verdadeiro esconde esconde
E...de repente um buffet inteiro aparente
E da minha parte a mesma coisa
Surpresa, alegria, encantamento
Acho que foi por isso que tanto durou
Nunca houve agruras, nem reclamações
Tomamos as rédeas de nossas vidas
Como se fossem uma trilha desconhecida
Que precisássemos domar
Em aventura infinita
E foram tantos dias belos
Tanta lida incrivelmente repartida
E tantas trocas e conhecimentos
Reconhecimentos de nossos eus
E tanto o teu colo foi meu
Como o meu também foi teu
E se eu pudesse te daria naquele momento
Tão triste e tenso da partida
O meu próprio respirar
Durou pouco
Fez se a luz
Veio o consolo e a ternura
Maior que o sol ou que o luar
Pra sempre a nos acompanhar
Quantas vezes te visitei
E quantas aqui te vi
E nesse dia especial que jamais esqueci
Estou aqui te abraçando
Plasmando nesta poesia o presente
No meu coração a semente
De todo imenso amor
Germinado em ti e por ti
E onde quer que estejas
Na estrela mais bonita
No por do sol mais dourado
No raio de luar sedimentado
Exposto em rosto ao mar
Recebe o meu amor
E dos nossos filhos também
Que cada um ao seu modo
Soube te acalantar
Por que plantastes a semente
Do “tudo” comemorar
Feliz aniversário latente
Na lembrança da tua vida
Que em mim, em nós, ficou
Pra sempre.....

Homenagem ao Ka - em 25/09/2010

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

24 setembro 2010

Dançando com Platão

Eu vou te amar
No imo do coração
No canto do mar
No brilho das estrelas
No braille dos fios de sol
Que costuram minh’alma
E enfeitam meus olhos
Enfeitiçados de amor
Cegos pra escuridão
Luzentes
Crentes
Efervescentes
Em febre latente
Por todo meu eu
Eu vou
Livremente
Nas asas do amor
Dançando com Platão

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

20 setembro 2010

Vetores


Indicam o rumo dos ventos
O rumo da lógica
Na ilógica magia do amor
Que alcança a aldeia
De minha morada anciã
Que me desabriga
Desalinha meu ser
Encolhe minh’alma
Desnuda meu eu
Constrangidamente
Na força do saber
Dos dias idos
Nos dias vindos
Que amo você
Mais do que posso
Mais do que devo
Mas com certeza
Amo você.....

 Renato Baptista assim  comentou na Casa da Poesia

Vetores que constroem torrente de paixão acelerada em que o sentimento grita alto e ecoa, refletido pelas paredes do mundo. Lógica e paradoxos sustentam o ser através dos tempos, através dos hiatos construídos numa história sem fim... e daí a certeza daquilo que é mais valioso ao coração e encerra o poema de forma magnífica.

Criado e Postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes, na Casa da Poesia em 19/09/2010

15 setembro 2010

O girassol e a borboleta



És girassol
Sou borboleta
E todas as vezes
Que te beijo
Em pensamento
Sem palavras e obras
És girassol
Sou borboleta

Criado e postado por Márcia Vilarinho em maio de 2010
Poesia selecionada para o livro "Poesias Encantadas - Antologia Poética"
Promotor da obra: Luciano Becalete, poeta e escritor

14 setembro 2010

Ser poeta



Ser poeta
É dar cores aos sentimentos
É conversar com as flores
Em seus doces movimentos

Ser poeta
É reter o sonho em verdade
Nos braços da realidade
Fazendo o dia melhor

Ser poeta
É beber do orvalho
É chorar chuvas de verão

Ser poeta
Mais que tudo é ser etéreo
Em sua eterna emoção.

Criado e postado por Márcia Vilarinho em agosto de 2010

Poesia selecionada para o livro "Poesias Encantadas - Antologia Poética"
Promotor da obra: Luciano Becalete, poeta e escritor

12 setembro 2010

Uma história em três atos reversos

Seguir....
-
Passam-se os dias e os anos
Vertem-se perdas
Plantam-se chorões
Em vários corações

De você levo o sorriso
A calma que aprendi
Na beleza de sua alma
No seu rosto em compleição

Senti um amor sem igual
Que ficou pra sempre guardado
No meu verso original

Chega a hora de partir
Voar, seguir, aprender
E meu destino cumprir

Caminho da ida

O sol raia novamente
O dia se prenuncia
Caminhante eu vou
Buscas novas eu sou

Novas flores
Perfumes novos exalam
Observa, olha e vê
Novas etapas que calam

Levo perfumes antigos
Somas de bem querer
Caleidoscópio vibrante
Inesquecível prazer

Todas as luzes de outrora
Em arco íris gigante
São sonhos de nova aurora
O novo precisa nascer

Caixinha musical

E de repente o cansaço usual
Pelas trilhas que adiante vão
Sento-me no chão
E abro minha caixinha musical

Ela é o meu próprio coração
Em partituras da alma
Feita de tanta emoção
Na fleuma total da canção

Lindas cantigas de amores
Lembranças cheias de cores
Torrentes inesquecíveis
De cada minuto a pulsar

E foi assim que aprendi
Que a vida não é um jogo
Em que um tem que ganhar
Ela é apenas nosso todo caminhar

Criado e Postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

10 setembro 2010

Aprende


Aprende a ver, a ouvir e escutar
Aprende a ter, a receber e a dar
Aprende a ser e o outro respirar
Aprende a sentir e a amar

E o que é amar?
Amar é deixar a emoção fluir
É não temer sentir
E, por primeiro, se aceitar

Frases feitas por efeito
Em maneira educada de falar
É razão na forma de cativar

Frases vivas do sentir
Em maneira alegre de expressar
É eterno vincular

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

06 setembro 2010

Sonho azul


Sonhei com o mar...
De mãos dadas pela orla
Seguíamos em luz
O amor em nós

Sonhei em azul
O céu e o mar
Nossos lábios
Beijo arrebatador

Sonhei com o abraço
Carismático
Mais sensual que recebi

Sonhei com nossos corpos
Interligados
Em laços de quimera

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

02 setembro 2010

O Mar


Mar que flameja indolente
Nas ondas do vai e vem
Beijando meu corpo ardente
No abraço de quem quero bem

Mar que de azul tão celeste
Me envolve depois com encanto
Corpo e alma nessa veste
Como a sereia em seu canto

Mar de amor em amplidão
Mar que acarinha e enlaça
Mar eu em pura emoção

E na paixão arraigada
Nua e desabrigada
Em plena consumação


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes