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31 março 2010

AMOR INCONDICIONAL






















Aqui estou despida de mim
Agasalhada pelo teu Amor
Maior que tudo
Princípio da coragem
Amor início, meio e fim
Que respira a aragem
Que gira o mundo
Concatenando a viagem
De todos nós, cada qual em Ti
E sempre, sempre ao meu lado
Que sem Voce jamais eu seria
Porta e comporta a vir e ir
Para os teus braços no abraço
Num dia derradeiro afinal
Aprendendo aqui ou lá
Por tuas palavras sãs
Irmãs da bondade
Arautos da sabedoria
Diante da dor
Tua por nossa
Leprosos de alma
Caminhantes cegos
Trôpegos sem passos
E tanto já Lhe pedimos
E tanto já nos destes
Que hoje tomo-te as vestes
E dou-me inteira em amor
Por Ti
Na forma da videira
No vinho que é sangue
Sangue que circula em mim
Vida, vida passageira
Efemeridade
Pai, recebe o meu amor
Desde aqui
Até a eternidade

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

28 março 2010

Da cicatriz da ostra à cicatriz em mim



Pendurei minhas lágrimas em fieira ornamental do meu próprio eu a soluçar remanso. Rasguei a foto em que o colar de pérolas parecia igual. Da cicatriz da ostra à cicatriz feita em mim. Recursos naturais, mão do destino, ou de Deus, a nos dizer que há sempre o sobrenatural. Pendurei, depois, os meus sorrisos no anzol e pesquei outros sorrisos sem igual e me fortaleci na sombra do próprio sol. Solucei, então, meu corpo nas gotas da chuva para restaurar a vida que se esvaia e da chuva, então, bebi....apenas o orvalho. Foi quando o céu amanheceu de novo.

Criado e postado por Márcia Vilarinho
28/03/2010

24 março 2010

CANTATA EM ARCO ÍRIS



Eu não quero ser sua ilha
Muito menos sua filha
Quero ser sua poesia
Sua meta e sua lira
Sua lira em melodia
Melodia em amores
Amores só todos meus

Eu não quero ser cuidada
Muito menos preservada
Quero ser sua alegria
Alegria em elegia
Elegia estampada
Estampada em sinfonia
De amores só todos meus

Eu não quero ser arquivo
Muito menos só trabalho
Quero ser a sua estrela
Estrela que te granjeia
Granjeia e te seduz
Seduz em todas as cores
Cores em multiflores

E amores só todos meus

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
Em 24/03/2010

23 março 2010

MULHER DE VANGUARDA

Hoje...sem querer...buscando não querer...assisti a um noticiário que relatava o expressivo percentual de mulheres que vivem sozinhas....e interessante o depoimento coincidente da maioria delas...que declarava sinceramente a alegria.

Alegria por não ter um comandante...muitos deles no leme...tão mandantes...a cozinha, a roupa, o trabalho fora e dentro e o cansaço gritante, mental, o controle estilhaçante, também do corpo... a gritar...e às vezes urrar de fome.

E aí me ocorreu igualmente declarar...a minha vanguarda, que...não sei se o repórter disse dez milhões de mulheres, isso no Brasil, mas também não importa muito....o mais saboroso e pitoresco da história foi saber que sou de vanguarda e há anos, independentemente de minha condição física, defendo a prática da sanidade...ser e ser...cada qual sendo respeitado e amado como...ser e ser...exatamente isso, vocês conseguem me entender?

Quando fiquei viúva...foi-se, na verdade, o mais pleno companheiro...e custou pra me acostumar a não ouvir os seus passos e o barulho do chaveiro, desde a garagem... no silêncio... quando ele retornava do trabalho...

E já se fazia rápido o meu acostumar...rotineiro...a janta pra esquentar...o bife pra fritar...o cheiro forte do alho...o sentar juntos e conversar....mas ai ai ai...a louça pra lavar...no fim de um dia exaustivo...muito pouco pra aproveitar da noite...em que quantas vezes não sei dizer se havia lua a brilhar.

Foi difícil a cama vazia...o vazio da cama...o vazio da alma...da calma...em mim, presente, dolente, doído, a pendurar nos meus olhos o pranto sorrateiro...o choro verdadeiro e a saudade sem fim.

E o tempo foi passando e em metade de mim tive que ser inteira no sustentar...isso...literalmente sustentar...porque sustentar envolve todos os sentidos da sustentação propriamente dita...dos filhos...da vida... do corpo e da alma...vendo-os crescer e sabendo que eu podia, e sabendo que eu iria...como fui...vi e venci...cheguei...retornei...estou aqui...semi sozinha...e se a saudade que tanto doía e era grande...hoje é um grande completar...os minutos da vida passada...vivida...e vou à sacola do tempo e a abro e encontro somente o tudo de bom que vivi...que vivemos...porque somente o resto é que passou.

Coloco essas recordações tão bonitas ao meu lado e penso...são adornos da minha alma...e seja lá em que horário for...lá vou feliz...sem ninguém pra me cobrar...compor poemas, cantatas, poesias, elegias, crônicas ou textos cheios de magia e encanto e amor, fazendo da vida um verdadeiro acalanto, na alegria de ser só, sem perder a companhia, da vida latente... presente...encantadoramente presente...de cada dia.

Criados pro mundo, no mundo os filhos estão e esta casa é o paradeiro fugaz...capaz...derradeiro...costumeiro...conversas de lá e de cá...trocas de informação...diálogo e....muita emoção...nas saídas...idas e vindas...respeitando o meu jargão...deixe tudo exatamente como bem o encontrou...esse recanto praticamente é a minha praia...meu descanso...meu vaivém...na propriedade do espaço que justamente ganhei...depois de uma lida danada.

E de repente se eu quiser além de fazer poesia...vou cantar a alegria...dançar sozinha rodando os pneus da minha cadeira..ou simplesmente vou porta a fora rumo ao novo rumo, no meu carro adaptado...ao trabalho...ao barzinho...ao cinema...ao teatro...sempre na roda de amigos...e também....vou ao aconhego sem cobranças.... sem mandanças...cada qual no reino seu.

E o amor fortalece e o respeito também...o romantismo reaparece...o sonho...o poder de aconchegar...bem aconchegadinho...fazem de mim, com certeza uma entre tantas das mulheres que conseguem viver...assim...."sozinhas"....sem ter amo nem escravo...deixando falar solto e livre o coração...numa sincera canção de amor...muito maior que o amor a que a sociedade obrigava...na era da clava.

Estou, enfim, uma mulher de vanguarda.... em primavera, outono, verão e inverno...isso tudo ao mesmo tempo...e sou ainda nesse ao mesmo tempo...alegre, triste, sã, insana e...muito bem... feliz...

E as regras na minha vida...todas, agora, eu as escrevo em giz...
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Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
23/03/2010

Não se confunda jamais



Neste meu corpo cansado
Machucado e remendado
Por intempérie da vida
Mora uma alma vivida
Em arco íris vestida
Levando consigo banjo
Uma harpa e uma lira
Pra todo e qualquer arranjo
Em cantata ou poetar
E essa alma alegria
Que se mune de magia
Continua o caminhar
Por esse corpo cansado
Machucado e remendado
A quem consegue curar
Na força de tanto amar
E é por isso seu moço
Que quando no teu abraço
Suavemente te enlaço
E somos desejo e ternura
E raios de luar
Sol a cintilar
Música, cantata, poesia
Em toda nossa alquimia
Vida a se projetar
Onde você mais eu
Na matemática atrevida
Resulta pleno vincular

Amo você...
Como o porto para o cais
Não se confunda jamais...


Criado e postado por Marcia Fernandes Vilarinho Lopes
22/03/2010

21 março 2010

Corpos em melodia



Na ciranda de passos
No vaivém do dia a dia
Há uma estranha dança
Em tão comum melodia
Silenciosa e imutável
De todos aqueles que passam
Sem moverem os seus braços

Na ciranda de corpos
No vaivém da noite em dia
Há uma dança em magia
Em tão igual melodia
Profunda e não mutável
De todos os que se abraçam
Em todos os seus espaços

Na ciranda da poesia
Quando a alma escreve e vem
Há uma dança serena
Em especial melodia
Desconhecida e palpável
Dos versos que se enlaçam
Em todos os seus compassos

Sem os passos
Não te encontro
No dia a dia que vai
Mas a noite cobre o dia
No encontro e no abraço
E o meu corpo é o teu corpo
E nossa é a melodia

Tanto quanto são os versos
Dessa lírica elegia

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
19/03/2010

17 março 2010

A ESPERA


Quem me dera que a saudade fosse um cavalo alado e pudesse nos transportar pra visitar quem partiu daqui pra lá.

Quem me dera que a quimera fosse a realidade do dia somado a todos os dias do passado trazido da alma e de lá pra cá.

Quem me dera a chave do armário velho em que um dia pra não morrer junto com você tranquei meus sentimentos maiores lá.

Quem me dera que Deus fosse um menino e brincasse de empinar o arco-íris como se fosse uma pipa mágica vinda de lá pra cá.

Quem me dera um segundo, apenas um segundo, pra novamente te reencontrar aqui, lá ou acolá, para simplesmente poder te abraçar

Quem me dera esse amor bandido, retido, cansado, cantado, iludido, ilusionado, mantido em si bemol e em sustenido, pudessse novamente revigorar.

Enquanto o quem me dera é fruto da espera...eu sei que lá estarás a me esperar.

Homenagem a Carlos Alberto Lopes

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

16 março 2010

ESTIGMA DA LUA



Visto-me de lua nova
Em poema brilhante
Elevando a alma latente
Percorrendo paisagens
Velhas e novas
Em transição intercorrente
Vou

Visto-me de quarto crescente
E me inflando
Como pipa colorida de menino
Grande e carente
Voando
Rumo ao refazimento
Vou

Visto-me de lua cheia
Saturada de conceitos bruxos
Que já não me servem
E os mando à reciclagem
Liberando-me para o eterno ciclo
Permitindo-me nova roupagem
Vou

Veste-me, no entanto
Teimosamente o mundo
Em quarto minguante
E determinante
Plena de vida estimulante
Finjo que não vejo e nua
Vou

Contrariando o fluxo
No estigma da lua
Vou
Porque não me deterão
A sombra dos impotentes
O cansaço dos indolentes
Menos ainda, os descrentes

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
Em 16/03/2010

14 março 2010

DORME MENINO GRANDE


Dorme menino grande
Deitado perto de mim
Enquanto o sonho esconde
O sono do Arlequim
Que à Colombina procura
Em festa de carnaval
Mas não resiste e sucumbe
À bailarina sem igual
Dorme menino grande
Deitado perto de mim
Que o sol já raia dourado
E na praia o céu azulado
Espera apenas o encontro
Da tua busca gigante
Desse amor esvoaçante
Plantado dentro de ti
Acorda menino grande
E me toma....

Realizado teu sonho
Continuas Arlequim

Criado e postado por Márcia Vilarinho
14/03/2010

11 março 2010

ANJOS EM COMPLÔ

Era eu nuvem calma em céu particular pintado eternamente de azul, quando o destino me trouxe você, da maneira mais estranha que poderia acontecer.

Como afinidade é complô organizado pelos anjos, eles todos se apoderaram de nós dois e nos fizeram extremante unidos em ser e ver e viver e fazer e acontecer.

Os dias seguiram como brisas tépidas e se fizeram em meses de tórrido calor disfarçado até o momento em que a sua mão tocou a minha em distraído sem querer.

Em fração de segundos a sua energia me alcançou a me acordar inteira, sendo que adormecida tão simplesmente quisera estar e me manter....

E as brisas tépidas foram varridas por um verdadeiro furacão de desejos trazidos pelo amor mais imenso e insano que você não pôde tomar e nem ter.

E no epicentro da vida, transformada em furacões repletos de luzes e cores, amores, desejos e paixões, somos, agora, dois elos perdidos, sem jamais estarem soltos de um tão grande bem querer.

E em tempos diferentes você vai enquanto eu venho e ao final...do desencontro...o telefone toca, eu atendo e digo "Alô" .... e “Alô” ouço você responder ....

E novamente eu nuvem calma em céu particular...semi adormecida...acordo bem devagar... pois, o fio do telefone nos une em carinho maior que afeto... desde sempre em querer.
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Desligado esse fio terra....eu me pergunto...cadê você?... e o furacão responde....se foi outra vez a voar...no seu jeito especial de ser.

E a cada dia espero o furacão se tornar brisa tépida em lugar do tórrido calor disfarçado, sem desligar o fio terra...tentando novo amanhecer.

E por não mais conseguir, assim decidi...agora...neste momento...vou pintar um céu igual ao meu pra você....e quem sabe dele você então possa me ver...como sua rosa...a reviver...

E , no complô de anjos, Saint Exupéry feliz, por certo, haverá de renascer...

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Nota: Antoine de Saint-Exupéry
Antoine-Jean-Baptiste-Marie-Roger Foscolombe de Saint-Exupéry filho do conde e condessa de Foscolombe (29 de junho de 1900, Lyon - 31 de julho de 1944) foi escritor, ilustrador e piloto da Segunda Guerra Mundial. Escreveu, entre tantos, o livro "O Pequeno Príncipe", em que o pensamento assim expresso: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas", tornou-se mundialmente conhecido e reconhecido.
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Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
20/03/2010

09 março 2010

CARTA AO MEU PETER PAN SEM CELULAR


Estava outro dia a navegar pela internete da alma, quando me deparei com uma mensagem da Fada Sininho....a tilintar.

Voltei-me criança e respondi-lhe imediatamente... afinal ela sempre foi parte importante de mim... e como fada ela me disse que estava ansiosa pra trabalhar com a magia dos sonhos, queixando-se que as crianças crescem rápido demais e somente para a televisão e o computador querem olhar.

Contei-lhe sobre meus planos de minha oficina de poesias reformar.

Ela me disse, então, que com a sua ajuda eu poderia contar.

Pedi-lhe então que me trouxesse um lindo cesto de cores pra oficina decorar.

Ela o trouxe e o veio entregar.

As cores eram tão lindas que vocês, como adultos, nem podem imaginar.

Havia cor de raízes profundas de árvores eternas...de musgos relíquias e líquens das florestas lendárias entre o espaço do céu e da terra... cores de bromélias...Meu Deus!... da rosa do pequeno Príncipe... das tintas usadas por Gepeto... da bota do Gato de Botas... da cor do cabelo da Rapunzel... e da transparência do castelo de cristal... de orquídeas um tantão... do fundo do mar...e aí ela me disse que ficou assustada pois escutou o despertador do Capitão Gancho...cores do céu...do sol...das estrelas e do luar.

Juntas então, após pintarmos a oficina, com todas essas cores especiais, decidimos procurar a Wendy, para saber de você Peter Pan, e ela já tão velhinha, pobrezinha, não se lembrava do seu endereço e numa confusão brutal entre o ser e a fantasia, me respondeu que você não tinha telefone celular.

Fomos então atrás dos meninos perdidos e soubemos quanto cresceram...mas não o pudemos ver ...pois se encontram, todos, em postos executivos... e por isso haviam se mudado para a Terra do Sempre... sem nenhuma notícia a mandar.

O Capitão Gancho, esse sim prosperou e anda pelo mundo inteiro, a cata de você, sôfrego para roubar o seu principal segredo de força, coragem e galhardia, que na verdade é a sua alegria, a todos e a tudo a contagiar.

E aí meu querido Peter Pan, estamos apenas eu e a Sininho, ainda em seu belo tilintar, na tão linda oficina de poesias...repleta de cores, sonhos, poemas e amores...escrevendo todo dia...juntas a lhe esperar...

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Nota: Baseado na belíssima coletânea de histórias infantis, do autor J. M. Barrie, sobre os personagens Peter Pan, Wendy, os meninos perdidos, Sininho, o Capitão Gancho e a Terra do Nunca.
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Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
09/03/2010

05 março 2010

AVENTURAS E AKELÁ


Contando não acreditarás, mas lhes direi que foi exatamente assim...

Uma grande amiga “chamada” Akelá. Vocês sabem quem é Akelá?

Ente mágico que, no escotismo, significa o Grande Lobo, chefe da Alcatéia. Se quiserem saber mais terão que ir buscar.

E foi assim que sem medo começamos a trilhar. Trilhas de fato, verdadeiras, tanto aqui como acolá.

Em Juquitiba, que lindo! Chegamos a um lugar em que não havia mais chão pra se pisar.

O jeito foi mesmo o rio e com cadeira de rodas e um fabuloso guia, por ali fomos passear.

E num pedaço, no entanto, daquele caminho aquoso, um tronco caído a se esparramar!

- Passa por baixo do tronco...

- Segurem a cadeira, senão vou boiar...

E de repente, chegamos ao patamar da beleza escondida, na natureza perdida, ali a nos esperar.

Água feito um espelho, flores por todo o lugar, paz, pássaros a trinar e o frio da água passou a ser refresco da alma, em lembrança que a íris se recusa a apagar.

Foi uma das lindas aventuras de outras que ainda irei contar.

Não barra a criatura seus pés não poderem andar se outros lhe souberem como e onde os seus próprios pés lhe emprestar.

Criado e postado por Márcia Vilarinho Lopes
Março/2010

ESTAÇÕES DA VIDA


Ventos de minh'alma
Que me levam além.
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Ventos de minhas lembranças
Que me mantêm.
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Ventos em sopros de bonança
Que advêm.
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Ventos
Sementes
Transcendentes
Flores
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Estações da Vida
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Trem...
-
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Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
Em 04/03/2010

03 março 2010

MINÚSCULO FELIZ ESPAÇO DE TEMPO

Anoitecia em espaços minúsculos de tempo....há muitos anos.

Na varanda frente a imenso jardim, em que as madressilvas predominavam, um pássaro chorava o finalizar do dia em triste melodia.

As luzes das casas se acendiam e as das ruas, ao longe, lembravam faróis, daqueles que sinalizam os navegantes.

Um forte estalar de chinelas se fazia ouvir de aqui para lá, anunciando o peso de quem delas se servia.

Ao seu lado uma criança, em correria junto a um cãozinho malhado, como se figuras de revista, tão lindos formados em par...de cores e alegria.

Ao longe, bem ao longe, um vulto se distinguindo das demais pessoas toma a direção da casa, abrindo delicadamente o portão, vestida em tom de madressilvas, um belo rosto de mulher jovem, de aparência amorosa, determinada e meiga.

Correm a criança e o cão e nos seus braços, recurvada, encontram guarida.

As chinelas sossegam e se fazem imperceptíveis sinalizando paz e calmaria a um coração até então aflito.

Da cozinha um delicioso aroma se esparrama pela vizinhança...e a fome se faz presente e cria água na boca...por algo que só faz presumir delícias...

Normal a vida, normal o dia, normal o amor, paz, tranqüilidade e o alimento a ser servido.

Lembranças de minha mãe e de minha avó...em palácio quimera que nunca mais encontrarei eu....senão no retroagir da ampulheta do tempo...a marcar e remarcar boas lembranças.

Saudade....

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Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
02/03/2010

01 março 2010

TIMONEIROS DO AMOR


Estamos no último trecho de uma época, de uma era, ou de uma reencarnação sem nos permitirmos calar o amor, a alegria, a emoção, metas e nossos corações, livres de mágoas e dores que o tempo levou com o vento, na aragem última que soprou.

Novos mares, novos tempos de calmaria e paz, em águas tépidas e límpidas, refletindo a luz em todas as cores de força dos plexos corporais em extensão aos plexos universais.

O céu está vestido de ouro sobre azul e as estrelas, à noite, enfeitam o firmamento dançando com os raios de luz que enfeixam o luar.

E como timoneiros de um sentimento comum paramos os motores, respiramos o silêncio, no encontro do encanto da magia em mais um novo alvorecer do amor.

Sem dúvida quanto à rota, sem dúvida quanto ao sonho, de almas dadas, olhando para a mesma direção este se fez o momento de um presente comum, arquitetado, plasmado e esperado na quietude dos momentos de um tempo que se confirmou.

Assim, em suavidade, nossos corpos na recíproca do acalentar e acalantar, na calma da descoberta, na suavidade da carícia do êxtase primeiro até o êxtase total...
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Criado e postado por
Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
Em 01-03-2010